"Só converso sobre coisas concretas", diz Mauro Vieira sobre aumento de tarifas de importação por Trump
Chanceler destaca cautela e diz que só comentará medidas concretas, enquanto o governo avalia setores afetados pela guerra comercial
247 - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, manifestou prudência ao comentar a elevação das tarifas de importação anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos como aço e alumínio. "Não teve, não teve. Vamos esperar que sejam anunciadas", declarou Vieira à Folha de S. Paulo ao chegar à Cúpula para Ação sobre a Inteligência Artificial em Paris. "Só posso conversar sobre coisas concretas. Então, na hora em que for anunciado...", completou.
O chanceler brasileiro participou de mesa-redonda sobre governança de inteligência artificial ao lado de lideranças internacionais, incluindo a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, e o empresário Joe Tsai, presidente do Alibaba.
Análises preliminares no governo brasileiro indicam que as novas tarifas parecem ter como principal objetivo atingir a China, principal alvo dos discursos protecionistas da administração norte-americana. Especialistas como Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior, alertam para os possíveis impactos econômicos.
"O Brasil teve sobretaxa no alumínio e cota no aço que acabou prejudicando muitas exportações brasileiras para lá, e, com mais essa tarifa de 25%, vai ficar mais complicado de exportar para o mercado americano", explicou Barral.
Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior está elaborando um mapeamento detalhado dos setores mais vulneráveis à guerra comercial. O levantamento, solicitado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, avalia cuidadosamente os potenciais efeitos colaterais de possíveis retaliações.
Simultaneamente, o governo brasileiro busca alternativas para minimizar os impactos, acelerando a prospecção de novos mercados como contraponto ao cenário de tarifas globais impostas pela administração Trump. A abordagem combina precaução diplomática com planejamento econômico meticuloso.
Embora Trump tenha anunciado as tarifas, analistas ainda consideram a possibilidade de que se trate de uma estratégia de negociação, semelhante ao que ocorreu anteriormente com Canadá e México, quando medidas foram adiadas em troca de concessões na área de segurança fronteiriça.
A China já sinalizou retaliação imediata, anunciando contramedidas aos 10% de sobretaxa imposta pelos Estados Unidos aos produtos chineses.
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