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      Tarifa de Trump pode reduzir exportação brasileira de aço em até US$ 700 milhões

      Cálculo foi feito pelo departamento de pesquisa econômica do Bradesco

      (Foto: China Daily/Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A imposição de uma tarifa de 25% sobre as importações de aço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode representar um impacto significativo para o setor siderúrgico brasileiro. De acordo com um cálculo do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, a medida pode resultar em uma redução de até US$ 700 milhões nas exportações brasileiras do produto. O banco chegou a essa estimativa por meio de uma análise baseada na elasticidade-preço da demanda, segundo reportagem do Valor.

      Atualmente, o Brasil exporta cerca de US$ 4,1 bilhões em produtos siderúrgicos para os EUA, o que equivale a aproximadamente 5,8 milhões de toneladas anuais. Esse volume representa cerca de 60% de todas as exportações brasileiras de aço. Com a entrada em vigor da tarifa no próximo dia 12 de março, os embarques podem sofrer uma redução expressiva, especialmente considerando o fim das cotas e isenções que até então beneficiavam o setor.

      A análise do Bradesco, assinada pelo economista Rafael Murrer, aponta que o impacto negativo pode ser amenizado por algumas características dos produtos siderúrgicos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A maioria das vendas é composta por produtos semiacabados, que servem como insumos para a indústria norte-americana. Esse tipo de produto tende a apresentar uma menor elasticidade-preço, o que significa que a demanda pode não cair tão drasticamente mesmo com a tarifa.

      Atualmente, cerca de 20% do consumo aparente de aço nos EUA depende de importações, e o Brasil ocupa a segunda posição entre os principais fornecedores. Além do aço, o alumínio também foi afetado pela nova taxa de 25%, mas o impacto esperado para esse segmento é menor. As exportações brasileiras desse metal para os EUA giram em torno de US$ 200 milhões, um volume que não compromete de maneira significativa a balança comercial do país, embora o setor possa sofrer perdas pontuais.

      O estudo do Bradesco também alerta para um possível agravamento do quadro, caso Trump decida ampliar as tarifas para outros setores. O presidente norte-americano já sinalizou intenção de impor taxas semelhantes às aplicadas pelos países parceiros. Caso isso ocorra, a tarifa média de importação dos EUA passaria de 2,2% para 11,3%, levando a uma estimativa de perda de aproximadamente US$ 2 bilhões nas exportações brasileiras. Esse cenário também poderia resultar em uma desvalorização cambial de cerca de 1,5%, com um impacto marginal na inflação medida pelo IPCA.

      A reação do governo brasileiro é aguardada, e negociações diplomáticas podem ser essenciais para minimizar os danos ao setor siderúrgico. A histórica dependência dos EUA do aço semiacabado brasileiro pode ser um fator de pressão para buscar soluções negociadas antes que os impactos se tornem definitivos para a indústria nacional.

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