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    "Caso Assange mostra a hipocrisia do discurso estadunidense sobre liberdade de expressão", diz Breno Altman

    Altman critica perseguição a Assange e destaca contradições na política de liberdade de expressão dos EUA

    (Foto: REUTERS/Maja Smiejkowska | Divulgação/USP)

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    247 - O jornalista e analista político Breno Altman concedeu uma entrevista ao programa Bom Dia 247, onde abordou o julgamento de Julian Assange e a recente decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres. A corte britânica permitiu que Assange, fundador do WikiLeaks, apresente um recurso contra sua extradição para os Estados Unidos. Assange enfrenta acusações relacionadas ao vazamento de aproximadamente 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas desde 2010 e pode ser condenado a até 175 anos de prisão nos EUA.

    Durante a entrevista, Altman criticou a postura dos Estados Unidos em relação ao caso Assange, afirmando que "a questão Assange virou um tema de cabo de guerra nos EUA". Os EUA querem fazer de Assange um caso exemplar, ninguém pode revelar ao mundo os planos imperialistas americanos, ou seja, Assange tem que ser punido para dar exemplo."

    Altman destacou que a perseguição a Assange não se trata de impedir futuras divulgações, já que "tudo que Assange tinha para revelar, ele já revelou," mas sim de "fazer de Assange um caso exemplar." Ele afirmou que essa situação compromete também a justiça britânica e demonstra "como é hipócrita o discurso estadunidense a respeito do direito à liberdade de expressão."

    Para Altman, a hipocrisia dos EUA é evidente em várias situações recentes, como "a repressão contra os estudantes solidários à Palestina" e outras ações que limitam a liberdade de opinião sobre temas sensíveis aos Estados Unidos, especialmente críticas ao Estado de Israel e ao regime sionista. Ele relacionou esses eventos ao caso Assange, que segundo ele, vem ocorrendo há anos.

    Defendendo o papel de Assange, Altman declarou que "Assange exerceu um papel jornalístico, Assange não era espião. O Wikileaks se apropriou de uma vazamento de informações que aconteceu e tornou público, isso é atividade jornalística." 

    Altman concluiu a entrevista reforçando que "o que fez Assange foi o exercício da profissão de jornalista" e que "EUA atropelam o direito de Assange e o tratam como espião."

    A decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres foi vista como uma vitória significativa para Assange, cuja defesa argumenta que ele está sendo perseguido por práticas jornalísticas comuns. A defesa de Assange agora deve apresentar um recurso formal para evitar sua extradição, na esperança de que o julgamento ocorra no Reino Unido.

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