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    "Assange mereceria um prêmio – e não prisão", diz Gleisi Hoffmann

    Presidente do PT se une ao movimento para evitar a extradição de Julian Assange aos Estados Unidos

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    247 – Nesta segunda-feira, um tribunal britânico pode tomar uma decisão final sobre a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, para os Estados Unidos, encerrando 13 anos de batalhas legais e detenções. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, fez uma declaração contundente em apoio a Assange, criticando fortemente esta situação.

    Hoffmann, em sua declaração, afirmou que "Assange mereceria um prêmio e não prisão", destacando os graves fatos expostos pelo fundador do WikiLeaks, incluindo as mentiras do governo estadunidense que levaram às invasões do Iraque e do Afeganistão, a espionagem da CIA contra empresas e líderes de outros países, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff e a Petrobras. Segundo Hoffmann, "já são 14 anos de luta contra a vingança, pela liberdade de imprensa e pelo direito à verdade". Ela reiterou que o PT continuará apoiando Assange "até o fim da injustiça e da perseguição".

    O julgamento de Assange no Tribunal Superior de Londres é crucial, podendo decidir se ele será extraditado para os EUA, onde enfrenta 18 acusações sob a Lei de Espionagem. A equipe jurídica de Assange argumenta que ele corre o risco de ser extraditado rapidamente após a decisão, mas também existe a possibilidade de que ele seja libertado ou que o caso se prolongue ainda mais. Stella Assange, esposa de Julian, afirmou que "qualquer coisa pode acontecer neste estágio".

    Desde 2010, Assange tem estado em várias formas de detenção, incluindo sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres e, desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh. As autoridades americanas acusam Assange de ações imprudentes que teriam prejudicado a segurança nacional e colocado vidas em risco. No entanto, muitos apoiadores de Assange veem a acusação como um ataque à liberdade de imprensa e uma retaliação por expor crimes e práticas controversas dos EUA.

    A declaração de Hoffmann alinha-se com a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já expressou que Assange deveria ser reconhecido por suas contribuições em vez de ser punido. Grupos de direitos humanos, órgãos de mídia e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, também pedem o arquivamento do caso contra Assange.

    Se o tribunal decidir a favor da extradição, os advogados de Assange planejam apelar ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para bloquear a deportação. Em contrapartida, se os juízes rejeitarem as submissões dos EUA, Assange poderá apelar de sua extradição, o que poderia adiar o processo por mais tempo. Em qualquer cenário, Stella Assange afirmou que continuará lutando pela liberdade de seu marido, destacando a crueldade da situação e o risco de suicídio que ele enfrenta.

    A declaração de Hoffmann reflete uma visão amplamente compartilhada por defensores da liberdade de imprensa e de direitos humanos, que consideram o caso de Assange um marco na luta contra a repressão e pela transparência governamental. A decisão do tribunal britânico é aguardada com grande expectativa, podendo definir os rumos da vida de Assange e impactar significativamente o debate sobre liberdade de expressão no contexto global.

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