"Cessar-fogo em Gaza é apenas prelúdio para novo genocídio", afirma presidente da FEPAL

247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Ualid Rabah, afirmou que o acordo de cessar-fogo em Gaza é "apenas prelúdio para novo genocídio". Segundo Rabah, a história de sucessivos cessar-fogos desde 2008 demonstra que tais acordos são temporários e antecedem novos ciclos de violência contra os palestinos.

“Todos os cessar-fogos anteriores serviram como prelúdios para o próximo experimento genocida”, declarou Rabah. Ele destacou que, desde o início do atual conflito em 7 de outubro de 2023, Israel prendeu 18.700 palestinos, sendo 12.100 na Cisjordânia e 6.600 em Gaza. "Que vantagens os palestinos estão tendo?", questionou.

O presidente da FEPAL criticou a proposta de troca de prisioneiros, que prevê a libertação de 30 a 33 israelenses por mais de mil palestinos. Para ele, esse tipo de acordo é "cômico", considerando a quantidade de palestinos presos e as condições nas prisões israelenses. “Mulheres e crianças não devem ser trocados, devem ser libertados incondicionalmente”, afirmou.

Rabah também denunciou violações de direitos humanos cometidas por Israel. Segundo ele, muitos presos palestinos foram "torturados até a morte". Ele enfatizou que a ocupação israelense tem como objetivo colapsar as condições econômicas e sociais da Palestina. "82% do PIB de Gaza já foi destruído e 80% da população está desempregada”, ressaltou.

Ao comentar o envolvimento do ex-deputado Eduardo Bolsonaro na fuga de um militar israelense acusado de crimes de guerra, Rabah criticou duramente a postura do parlamentar. “O que Eduardo Bolsonaro fez é traição ao Brasil. Ele deveria perder o mandato e ser investigado”, afirmou.

Ualid Rabah também chamou a atenção para o apoio internacional a Israel, criticando a influência dos Estados Unidos na região e o impacto das políticas do ex-presidente Donald Trump. "Trump teria dado sinal verde para novos ataques israelenses a Gaza", alertou.

Ele encerrou a entrevista destacando a necessidade de uma reflexão global sobre o conflito. “É preciso repensar o papel da comunidade internacional diante desse genocídio e cobrar responsabilidade de Israel pelos crimes cometidos”, concluiu.

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