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      "É um império sem disfarce", diz Pomar sobre o governo Trump

      Valter Pomar analisa o impacto do segundo mandato de Donald Trump e alerta para as consequências no Brasil e na América Latina

      (Foto: Reuters | Brasil247)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - No programa Contramola da TV 247, o historiador e dirigente do PT, Valter Pomar, apresentou uma análise crítica sobre os primeiros movimentos do segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos. Para Pomar, a nova gestão republicana representa “um império sem disfarce”, marcado por ações agressivas contra migrantes, retrocessos ambientais e uma política externa que fortalece regimes autoritários, como o governo de Israel.

      Pomar destacou que Trump, ao assumir novamente a presidência, retrocedeu em diversas políticas implementadas anteriormente e intensificou práticas que revelam a face mais autoritária do poder norte-americano. “Os Estados Unidos sem maquiagem, sem a hipocrisia democrática, é isso que vemos agora. Ele retirou o país do Acordo de Paris, acabou com programas de igualdade e, principalmente, intensificou medidas ferozes contra migrantes, que vivem hoje um clima de medo e perseguição”, afirmou.

      O dirigente comparou a atual situação dos migrantes nos EUA à perseguição sofrida por judeus na Alemanha nazista. “Migrantes têm medo de serem detidos, maltratados ou deportados. Estamos falando de milhões de pessoas indocumentadas. As imagens de brasileiros algemados e acorrentados em aviões militares americanos revelam a violência e o abuso dessas políticas”, disse. Ele elogiou a reação do governo brasileiro, que enviou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatar os deportados que chegaram a Manaus. “O governo agiu corretamente ao garantir condições dignas para nossos cidadãos. Mas precisamos de políticas mais firmes para evitar que situações como essa se repitam”, ressaltou.

      Pomar também alertou sobre a dependência brasileira em relação aos Estados Unidos, defendendo uma postura mais assertiva para proteger a soberania nacional. “O Brasil tem plena capacidade de organizar sua economia de forma soberana. Mas isso exige disposição para enfrentar os interesses externos que perpetuam nossa dependência, seja no campo tecnológico, energético ou militar”, afirmou.

      No âmbito regional, Pomar defendeu uma maior integração entre os países da América Latina para resistir às pressões do governo norte-americano. Ele mencionou a convocação de uma reunião da CELAC pela presidenta de Honduras, Xiomara Castro, como um passo importante. No entanto, ele destacou que a região ainda enfrenta desafios estruturais, como a associação entre oligarquias locais e os interesses norte-americanos. “O motivo pelo qual tantos trabalhadores da América Latina migram para os EUA está relacionado à pobreza gerada pela política das elites locais em conluio com os Estados Unidos”, explicou.

      Ao concluir, Pomar reforçou a necessidade de fortalecer alianças no Sul Global, com destaque para o BRICS, e de adotar medidas concretas que garantam a soberania dos países latino-americanos. “Não podemos esperar tempos fáceis. O governo Trump avisou que retaliará aqueles que não se alinharem aos seus interesses. Precisamos estar preparados, com políticas de desenvolvimento que enfrentem as causas estruturais da nossa dependência e defendam nossa autonomia”, finalizou.

      A análise de Valter Pomar reflete a preocupação com o impacto das políticas de Trump não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, apontando para a necessidade de estratégias que combinem soberania, integração regional e alianças globais. Assista:

       

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