"Está acontecendo agora o debate que não foi feito no final da ditadura", diz Genoino
Ex-presidente do PT destaca a necessidade de reformas profundas nas Forças Armadas e alerta sobre riscos democráticos
247 - Em entrevista ao programa Conversa de Política, o ex-presidente nacional do PT, José Genoino, analisou a prisão do general Braga Netto e o impacto na estrutura das Forças Armadas brasileiras. Genoino destacou a importância de um debate público para redefinir o papel das Forças Armadas no Brasil e reforçou a necessidade de reformas institucionais.
"A prisão de Braga Netto é um fato importante porque é a primeira vez na história do Brasil que um militar de quatro estrelas é preso. Esse fato tem a ver com a obstrução da Justiça, o que mostra que ninguém está acima da lei", afirmou.
O ex-presidente do PT criticou a falta de reformas profundas desde o período de transição para a democracia, alertando para o risco de retrocessos.
"Temos que fazer reformas amplas e profundas no papel das Forças Armadas, na sua doutrina e na sua estruturação. A prisão de um general de quatro estrelas envia uma mensagem clara de que a lei deve prevalecer", destacou.
Genoino também mencionou a cultura de impunidade nas instituições militares, ressaltando que a relação promíscua entre as Forças Armadas e o governo Bolsonaro resultou em um ambiente de desrespeito à hierarquia e à disciplina.
"As Forças Armadas precisam sair dessa ideia de tutela e se submeter ao comando político democraticamente eleito. Precisamos redefinir sua missão em relação ao povo, priorizando o desenvolvimento tecnológico e científico para a defesa nacional", disse.
O ex-presidente defendeu a realização de conferências nacionais para debater o futuro das Forças Armadas e criticou a postura de setores do governo que resistem a essas mudanças.
"Se não houver uma reformulação séria, corremos o risco de ver essas práticas autoritárias se repetirem. É necessário um debate amplo e público para que a sociedade participe dessa redefinição", alertou.
Para Genoino, o momento atual representa uma oportunidade histórica para o Brasil resolver questões estruturais que foram negligenciadas durante a transição democrática.
"Estamos diante de uma situação que exige reformas institucionais profundas. Não podemos perder mais uma vez a chance de corrigir os erros do passado e consolidar uma verdadeira democracia", concluiu. Assista :
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