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Horta alerta: “Se o Brasil não aprender com a Venezuela, nas eleições de 2026 poderemos sofrer igual”

Historiador compara crise de legitimidade eleitoral na Venezuela com situação vivida no Brasil em 2022 e faz apelo para vigilância nas próximas eleições

(Foto: Brasil247 | Reuters)

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247 - Em recente participação no programa Giro das Onze da TV 247, o historiador Fernando Horta lançou um alerta aos brasileiros sobre os riscos de desestabilização democrática, comparando a crise de legitimidade eleitoral na Venezuela com a situação vivida no Brasil em 2022. Horta destacou a importância de estar atento aos sinais e aprender com os eventos ocorridos no país vizinho para evitar uma repetição nas eleições presidenciais de 2026.

"Aqui a oposição tentou explodir o Aeroporto de Brasília, as pessoas ficaram quatro meses e meio nas ruas, acampados na frente dos quartéis. Portanto, é muito engraçado as pessoas quererem dizer que aqui é diferente da Venezuela. Aqui o Bolsonaro começou a falar de fraude antes mesmo de ser oposição. Ele era governo e ele já estava falando de fraude", afirmou Horta, ressaltando as semelhanças entre os casos.

Horta explicou que na Venezuela, a desinformação foi usada de maneira estratégica para deslegitimar o resultado das eleições. "Foi seguido exatamente o mesmo roteiro na Venezuela, com uma diferença: lá eles tiveram o que eu estou chamando de ataque de desestabilização informacional. Não é só um ataque cibernético. Não é só um ataque de fake news", disse ele.

O historiador detalhou como, em apenas 72 horas após o anúncio do resultado eleitoral na Venezuela em 28 de julho, a oposição conseguiu transformar um site de origem duvidosa em uma referência para informações eleitorais, desestabilizando a percepção de legitimidade. "Quando saiu o resultado da eleição venezuelana, todos, no mundo inteiro, sabiam que o órgão responsável, legítimo para se falar sobre a eleição na Venezuela era o CNE. No entanto, em 72 horas eles conseguiram transformar um site completamente sem responsabilidade, sem saber a origem dos dados divulgados – que é o site da Maria Corina – no local legítimo para as pessoas pesquisarem informações sobre as eleições", explicou Horta.

Ele também criticou líderes internacionais, como o presidente chileno Gabriel Boric, por declararem fraude sem apresentar provas. "Isso é um ataque de desinformação. Um ataque mais preciso, com mais teoria, mais esforço do que um ataque simplesmente cibernético ou de fake news", enfatizou.

Para Horta, a rápida resposta de líderes internacionais, como o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, ao reconhecer a vitória de Lula em 2022, foi crucial para evitar uma crise maior no Brasil. "Nós só não tivemos mais problemas em 2022 porque, diferentemente do que aconteceu na Venezuela, Biden foi o primeiro a reconhecer o resultado das eleições no Brasil. Na eleição de Lula, o Biden não pediu ata, não pediu absolutamente nada. Saiu o resultado das eleições e em menos de uma hora o Biden postou nas redes sociais sua saudação ao presidente Lula parabenizando-o pela vitória", destacou.

Horta fez um apelo para que o Brasil estude e compreenda o que está acontecendo na Venezuela para evitar que a mesma situação se repita nas eleições de 2026. "E se o Brasil não pensar nisso, não estudar o que está acontecendo na Venezuela e não juntar informações, em 2026 vai acontecer igualzinho aqui. Nós só não tivemos mais problemas em 2022 porque, diferentemente do que aconteceu na Venezuela, Biden foi o primeiro a reconhecer o resultado das eleições no Brasil. Na eleição de Lula, o Biden não pediu ata, não pediu absolutamente nada. Saiu o resultado das eleições e em menos de uma hora o Biden postou nas redes sociais sua saudação ao presidente Lula parabenizando-o pela vitória", concluiu.

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