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"Israel é uma máquina de matar, mas a paciência russa está chegando ao fim", diz Pepe Escobar

Analista geopolítico prevê fortalecimento da resistência palestina, assim como da reação internacional ao genocídio

Pepe Escobar | Joe Biden com Benjamin Netanyahu | Vladimir Putin com Xi Jinping (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters)

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247 – Em uma entrevista contundente ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, Pepe Escobar, jornalista e analista geopolítico, trouxe uma série de reflexões sobre a escalada de conflitos no Oriente Médio e as implicações globais dessas tensões, um dia após o assassinato do líder do Hamas Yahya Sinwar. Escobar abordou questões centrais como a resistência palestina, o papel de Israel, e a aliança estratégica entre Rússia e Irã, destacando que estamos diante de um ponto de inflexão no cenário internacional.

Para Escobar, Israel age como uma máquina de matar no cenário geopolítico. "Israel é uma máquina de matar. Eles matam todos, mas não matam a resistência ou a ideia de um estado palestino", afirmou o analista. Segundo ele, os assassinatos em massa promovidos por Israel contra líderes do Hamas e do Hezbollah não estão enfraquecendo os movimentos de resistência, mas, pelo contrário, estão alimentando uma nova geração de combatentes. "Esses assassinatos em massa vão gerar uma nova geração ainda mais radical", acrescentou.

Escobar não poupou críticas à estrutura de poder por trás da violência que assola a região, sublinhando que a responsabilidade pelo genocídio palestino não recai sobre a humanidade como um todo, mas sim sobre as elites ocidentais. "Não é a humanidade que patrocina o genocídio, são as classes dominantes do Ocidente coletivo. A humanidade é refém dessas classes dominantes", destacou.

A falta de uma estratégia clara por parte de Israel também foi um ponto abordado. "Israel não tem uma estratégia, nem um plano de saída", observou Escobar, explicando que o país continua em uma escalada violenta sem uma perspectiva de longo prazo. Ele também ressaltou que, atualmente, todos os analistas internacionais esperam um ataque de Israel ao Irã nos próximos dias, o que poderia desencadear uma resposta devastadora. "A resposta iraniana será gigantesca, na véspera da eleição americana. E isso está deixando os democratas em pânico, às vésperas da eleição americana", advertiu.

Escobar foi além, mencionando que o objetivo de Israel é envolver os Estados Unidos em uma guerra direta contra o Irã. "O sonho deles há décadas é atrair os Estados Unidos para uma guerra contra o Irã", disse o analista, reforçando que o ex-presidente Donald Trump tem sido um defensor fervoroso de Israel. "Trump é um sionista absoluto", completou.

Outro aspecto que está alterando o jogo geopolítico, segundo Escobar, é a aliança entre Irã e Rússia, que está se tornando cada vez mais forte. "Outro ponto que está mudando o jogo, de maneira absolutamente radical, é a aliança entre Irã e Rússia", afirmou. O Irã já é membro dos BRICS e da Organização de Cooperação de Xangai, consolidando sua posição nas principais alianças globais. Escobar destacou que "a paciência estratégica russa com Israel está chegando ao limite" e que, em breve, será firmada uma parceria estratégica formal entre Rússia e Irã.

O cenário descrito por Escobar aponta para um potencial conflito de enormes proporções, no qual os Estados Unidos estariam prestes a se envolver. "Os Estados Unidos podem estar comprando um choque frontal contra Irã e Rússia", concluiu. Assista:

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