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"O Hezbollah tem uma capacidade de regeneração infinita", diz Pepe Escobar

Analista geopolítico Pepe Escobar detalha os desdobramentos da morte de Hassan Nasrallah e a expansão da guerra no Oriente Médio

Pepe Escobar (Foto: Flickr / Brasil 247)

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247 – O cenário geopolítico no Oriente Médio vive uma nova fase de tensões, intensificadas após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute. O analista geopolítico Pepe Escobar, em vídeo publicado em seu Pepe Café, discorreu sobre as implicações dessa morte para a já complexa dinâmica na região e alertou sobre os possíveis próximos passos de Israel e dos Estados Unidos no Líbano. “Esse é um processo que está se desenrolando há meses e é parte da longa guerra imperial”, afirmou Escobar, ressaltando o impacto do assassinato na resistência libanesa e as possíveis ramificações no cenário global.

Segundo Escobar, que gravou o vídeo diretamente de Moscou, o assassinato de Hassan Nasrallah marca uma nova fase na “guerra total” contra o Hezbollah e o Irã, patrocinada por Tel Aviv com a luz verde de Washington. "Essa é uma guerra israelense-americana, porque a ordem partiu de Washington", declarou. Escobar é conhecido por suas análises detalhadas das movimentações estratégicas no Oriente Médio, e neste vídeo, ele vai além, explorando as nuances da inteligência militar israelense, destacando a coordenação entre as unidades 9900, 8200 e 504, responsáveis por operações de inteligência visual, sinais e infiltração humana.

A morte de Hassan Nasrallah, que segundo Escobar "virou tudo de ponta cabeça", foi realizada em um ataque coordenado no centro de comando do Hezbollah em Beirute, envolvendo uma combinação de inteligência sofisticada e bombardeios de precisão. “Essa integração de inteligência foi o que permitiu a identificação de vários comandantes-chave do Hezbollah”, afirmou, destacando a efetividade da operação israelense, mas sem deixar de lado as implicações de longo prazo para a resistência libanesa. “O Hezbollah tem uma capacidade de regeneração infinita; eles já designaram sucessores para todos os comandantes mortos", acrescentou.

Escobar apontou ainda que o assassinato de Hassan Nasrallah faz parte de uma estratégia mais ampla, não apenas para enfraquecer o Hezbollah, mas para arrastar o Irã diretamente para o conflito. Ele explicou que a ideia de Washington seria provocar uma resposta iraniana para justificar uma guerra total. No entanto, ele sugere que Teerã, ciente da armadilha, está evitando agir precipitadamente. "O Irã não vai cair nessa armadilha", comentou.

O vídeo também trouxe reflexões de Escobar sobre suas experiências pessoais nos últimos dias, em especial, sua visita ao Museu Hermitage em São Petersburgo, onde estudou a história das civilizações da Ásia Central. Em um momento de pausa em meio à tensão, ele comentou: “Foi uma imersão nas antigas civilizações citas e sármatas, algo que eu queria fazer há muito tempo”. Essas observações oferecem um contraste marcante à análise sombria da situação no Líbano.

Por fim, Escobar apontou que as próximas semanas serão críticas, principalmente com a cúpula dos BRICS se aproximando. Ele sugeriu que esse grupo de países poderia desempenhar um papel fundamental na construção de uma alternativa à ordem mundial atual. "Os BRICS precisam se afirmar como um mecanismo alternativo às Nações Unidas", disse, argumentando que um novo sistema financeiro e geoeconômico pode emergir, trazendo uma nova dinâmica para a governança global.

Com uma visão ampla e detalhada, Escobar encerrou o vídeo afirmando que a guerra no Oriente Médio está longe de terminar, mas que a resistência, especialmente no Líbano e na Palestina, continuará firme, apesar das perdas. "Essa é uma guerra contra um inimigo implacável, mas o Hezbollah não vai recuar", concluiu o analista. Assista:

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