“Lula concedeu uma anistia à Globo sem pedido de perdão”, diz Breno Altman
Jornalista avalia que o governo Lula fortalece a emissora que atuou pelo golpe e pela sua prisão sem se fortalecer
247 - Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma política de concessão à TV Globo ao conceder uma entrevista exclusiva ao programa Fantástico após sua alta hospitalar. Segundo Altman, essa atitude reforça a posição da emissora sem trazer benefícios claros ao governo.
Altman argumenta que Lula manteve uma postura conciliatória com a emissora mesmo após os ataques que sofreu durante a Operação Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Quando o presidente Lula aceita dar uma entrevista exclusiva à Globo, ele está fortalecendo a Globo e tem muitas dúvidas se está se fortalecendo”, disse.
Para o jornalista, a estratégia de comunicação revela uma tentativa de neutralizar a emissora diante das eleições de 2026, mas sem exigir qualquer reconhecimento público de erros passados por parte da empresa. “Ele está dizendo à Globo que a Globo está anistiada de seus pecados sem pedir perdão.”
Altman ressaltou que, apesar das críticas à postura do governo, a decisão de conceder a entrevista segue uma linha histórica de alianças políticas de Lula. “Na lógica da frente ampla, restabelecer relações normais com a Globo não me parece uma surpresa.”
O jornalista também refutou a ideia de que Lula precisaria da emissora para alcançar o público em massa. “Isso é um mito vendido pela própria Globo. Bolsonaro falou às massas sem usar a Globo.” Segundo ele, a dependência de grandes conglomerados midiáticos é uma visão superada na era das redes sociais.
Altman destacou ainda que o comportamento histórico da emissora não deve mudar, mesmo após gestos de boa vontade. “A Globo é um partido da classe. Defende interesses da burguesia financeira e do agronegócio. Alimentá-la só a torna mais forte.”
O jornalista concluiu sua análise dizendo que a decisão de Lula se enquadra na estratégia de manter uma frente ampla, mas questionou se essa política será suficiente para evitar uma possível ofensiva da emissora nas próximas eleições presidenciais. Assista:
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