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    Gleisi corrige a Globo: 'Lula não teve direito à presunção de inocência porque foi julgado por um juiz parcial'

    “Ao defender seu apoio à Lava Jato, a Globo esqueceu de dizer que os abusos contra ele só foram reconhecidos quando o caso chegou ao STF”, disse

    Gleisi Hoffmann e Lula (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

    247 - A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), fez duras críticas à Rede Globo após a exibição de uma entrevista exclusiva do presidente Lula (PT) ao programa Fantástico, no domingo (15). Durante a transmissão, a emissora interrompeu a entrevista para rebater uma declaração de Lula sobre não ter tido direito à presunção de inocência durante o processo da Lava Jato. Em resposta, Gleisi criticou a emissora por omitir abusos reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Corrigindo o Fantástico: Lula nunca teve direito à presunção de inocência porque foi processado e julgado por um ex-juiz parcial, não apenas incompetente. E o seu direito de defesa foi cerceado por Sergio Moro e pelos desembargadores do TRF-4, que negaram sistematicamente pedidos de perícias e produção de provas”, afirmou Gleisi Hoffmann em suas redes sociais. “Ao tentar corrigir Lula e defender seu apoio à Lava Jato, a Globo esqueceu de dizer que Lula foi condenado ‘por fatos indeterminados’ e que os abusos contra ele, a começar pela condução coercitiva ilegal, só foram reconhecidos e corrigidos quando o caso chegou ao STF”, completou.

    Contexto: Globo edita entrevista exclusiva e reafirma apoio à Lava Jato - A polêmica começou quando Lula, ao comentar a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto, mencionou sua própria experiência na Lava Jato. “Eu defendo que eles [militares envolvidos em trama golpista] tenham a presunção de inocência que eu não tive, quero que eles tenham todo o direito de defesa, mas se for verdade as acusações, essa gente tem que ser punida severamente”, declarou o presidente.

    Ao mencionar a “presunção de inocência que eu não tive”, Lula referia-se à condenação no caso do triplex do Guarujá, conduzido por Sergio Moro, cuja parcialidade foi posteriormente reconhecida pelo STF. A jornalista Sônia Bridi questionou se Lula considerava não ter tido direito de defesa ao longo do processo. “Eu não tive direito de defesa. Eu não tive. Veja, eu fui preso primeiro, para depois me defender”, respondeu Lula.

    Logo após essa declaração, a Globo interrompeu a fala de Lula afirmar que “quando o presidente foi preso em 2018, no caso do triplex no Guarujá, houve participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento”. 

    À época, o presidente Lula foi alvo de uma investigação conduzida por um juiz suspeito e parcial, como reconheceu posteriormente o STF, que instruiu as etapas do processo em conluio com a acusação, chefiada na ocasião pelo ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol. Além disso, juiz e acusação contavam com o apoio irrestrito da imprensa hegemônica brasileira, que com horas de noticiários voltava a opinião pública contra Lula e o PT, de modo geral.

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