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“Lula deveria começar a ficar preocupado com a escalada no Líbano”, diz Lejeune Mirhan

Especialista aponta para a urgência da situação no Oriente Médio

Lejeune Mirhan (Foto: Reprodução)

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247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o professor Lejeune Mirhan compartilhou suas preocupações sobre a crescente tensão no Líbano, que pode levar a um conflito de grandes proporções. Mirhan, que possui vasta experiência na análise de questões do Oriente Médio, destacou a necessidade de atenção do governo brasileiro em face da atual situação, afirmando: “Se o império está preocupado com a guerra e em retirar os seus, acho que o nosso presidente Lula deveria começar a ficar preocupado também”.

O Líbano vive um momento delicado, marcado pela iminência de uma nova invasão israelense. O professor lembrou que a invasão de 1982, que durou 18 anos, foi recebida com apoio de parte da população local, mas isso não é uma garantia de apoio atual. “A decisão de invadir o Líbano já foi tomada pelo comando militar. Se me perguntam se vai acontecer, eu diria que está em uma escala de seis para sete, em termos de probabilidade”, alertou Mirhan. Ele enfatizou que não há condenação substancial por parte da comunidade internacional sobre as ações de Israel, mesmo diante da clara violação da soberania libanesa.

Mirhan também fez uma análise da situação militar atual, que envolve a utilização de drones e informações obtidas por traidores dentro do Líbano. “Quando um drone ataca e mata um comandante militar do Hezbollah, você não acha que foi algum libanês que passou a informação?”, questionou, trazendo à tona o papel de informantes na dinâmica de guerra. A situação no terreno é complexa, com a resistência libanesa incluindo não apenas o Hezbollah, mas também outras forças políticas, como comunistas e socialistas.

A comparação com o passado foi inevitável. O professor lembrou do massacre de Sabra e Shatila, onde libaneses participaram ativamente sob a supervisão de comandantes israelenses, alertando que, embora Israel fosse o responsável pelas operações, a responsabilidade moral não pode ser totalmente dissociada dos libaneses envolvidos.

Com o avanço das hostilidades, a evacuação de cidadãos estrangeiros no Líbano tornou-se uma prioridade. “Não há um quilômetro quadrado do território libanês que uma onda de ataques aéreos já não tenha atingido. Beirute está sendo atacada. Eu recomendaria urgência em ver como repatriar nossos cidadãos. Não vai ser fácil”, afirmou. Para ele, a situação é crítica e as chances de um desfecho pacífico parecem distantes.

Mirhan também se posicionou sobre a retórica política israelense e o papel dos Estados Unidos na região. “Os Estados Unidos dizem que estão exasperados com Netanyahu, mas apoiam a invasão. Isso é apenas jogo de cena”, criticou, reforçando que a oposição interna em Israel, que abrange uma fração significativa da sociedade, não se mobiliza em defesa dos palestinos, mas por razões relacionadas a seus próprios cidadãos, como o resgate de reféns.

Ao final, Mirhan ressaltou a necessidade de um acompanhamento atento das movimentações políticas e militares. “A verdade é revolucionária”, concluiu, reiterando a importância de não esconder a realidade do conflito e os efeitos devastadores que a guerra pode ter sobre a população civil. Com a situação se deteriorando rapidamente, a mensagem é clara: o Brasil precisa estar preparado para agir em defesa de seus cidadãos. Assista:

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