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    "Meu traço é uma forma de resistência", diz Carlos Latuff

    Em entrevista à jornalista Hildegard Angel, cartunista afirma que em muitos momentos é necessário estar contra a corrente

    Carlos Latuff (Foto: Reprodução Youtube)

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    247 – Neste sábado (31/8), o cartunista Carlos Latuff concedeu uma entrevista à jornalista Hildegard Angel, na TV 247, onde discutiu o papel de sua arte como forma de resistência e a importância de se posicionar contra correntes dominantes em tempos de crise. Latuff, conhecido por suas ilustrações de forte conteúdo político e social, destacou que seu traço é muito mais do que uma expressão artística: é uma ferramenta de luta, utilizada por movimentos populares ao redor do mundo para denunciar injustiças e resistir a opressões.

    Em sua fala, Latuff enfatizou que, em muitos momentos, quem compreende seu papel histórico precisa nadar contra a corrente, especialmente em tempos de histeria coletiva. Para ele, essa resistência é essencial para manter viva a luta por direitos humanos, mesmo quando a sociedade tenta deslegitimar essas causas. "Todos que compreendem seu papel histórico vão nadar contra a corrente, em momentos de histeria", afirmou.

    Latuff também abordou a questão do genocídio na Palestina, que considera intolerável, mas que, infelizmente, segue uma lógica perversa do Ocidente, onde atrocidades são frequentemente naturalizadas. "O genocídio que ocorre na Palestina é intolerável. Mas esta é a regra do Ocidente", disse ele, lembrando que situações semelhantes aconteceram ao longo da história, como na escravidão, no nazismo, em Ruanda e na Bósnia. Segundo o cartunista, a sociedade tem uma tendência preocupante de se acostumar com a barbárie, tratando-a como parte do cotidiano.

    Para Latuff, a arte tem um papel fundamental na denúncia dessas atrocidades e na luta contra a naturalização da violência. Seu trabalho busca sensibilizar, provocar reflexões e, principalmente, inspirar mudanças. "O que eu faço com o meu traço é isso: eu tento despertar consciências, sacudir as pessoas para que elas vejam o que muitas vezes preferem ignorar. E essa é a minha forma de resistência", concluiu. Assista:

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