"Minha preocupação é que uma decisão inconsequente possa ser tomada na próxima reunião", alerta Lindbergh sobre taxa de juros
Deputado Federal critica a política monetária atual e alerta para o impacto de possíveis decisões na próxima reunião do Comitê de Política Monetária
247 - O deputado federal Lindberg Farias, em entrevista ao programa Boa Noite 247, expressou preocupações sobre a possibilidade de um aumento na taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Farias destacou a incerteza quanto à condução da política monetária e teceu críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Do ponto de vista técnico, Roberto Campos é uma pessoa que tem suas limitações. A ata do Copom, que menciona a possibilidade de subir os juros novamente, surge em um momento que vai contra a correnteza", afirmou o deputado. Segundo ele, após uma crise nos mercados globais no início de agosto, o Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos começou a considerar a redução da taxa de juros devido à desaceleração econômica. "A ideia de aumentar a taxa de juros começou a perder força, e a discussão se concentrou na redução", acrescentou.
Farias também apontou para o contexto inflacionário no Brasil, observando que, de janeiro a julho de 2024, a inflação acumulada foi de 2,7%, a menor para o período desde 1908, segundo dados divulgados pelo Valor Econômico. "Roberto Campos Neto teve que explicar em uma carta aberta ao ministro da Fazenda porque não atingiu a meta da inflação em 2022", disse.
Além disso, o deputado mencionou questões éticas envolvendo o presidente do Banco Central, como denúncias sobre suposta ocultação de contas no Panamá e manutenção de fundos offshore. "A ausência de resposta e o silêncio sobre o assunto sugerem que há algo a ser ocultado", ressaltou Farias, destacando a necessidade de maior transparência.
Quanto à fala de Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central indicado pelo atual governo, sobre a possibilidade de alta de juros ainda estar na mesa, Farias interpretou a declaração como uma possível estratégia tática. "Confesso que entendo a decisão de não reduzir a taxa de juros nesta reunião. A mudança no Banco Central não foi bem recebida", disse, explicando que o comitê optou por uma postura cautelosa. Contudo, Farias afirmou acreditar que, com a expectativa de queda nas taxas de juros no mundo, o Brasil também pode ajustar sua política monetária futuramente.
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