"Não podemos ter ilusões com Kamala Harris", diz José Genoino
Ex-presidente do PT avalia que Kamala é melhor do que Donald Trump, mas afirma que ela defenderá os interesses imperialistas
247 – Em entrevista ao programa Bom Dia 247 na última sexta-feira, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, compartilhou suas opiniões sobre a atual situação política nos Estados Unidos e o papel de Kamala Harris nas eleições presidenciais. Genoino enfatizou a importância de Kamala derrotar Donald Trump, mas alertou contra a criação de expectativas exageradas em relação à sua política.
"É importante que Kamala Harris derrote Trump, porque Trump representa a extrema-direita, mas não podemos ter ilusões", afirmou Genoino. Ele destacou que, apesar de Kamala ser uma escolha preferível em comparação com Trump, ela ainda representa "os grandes interesses imperialistas" e não promoverá nenhuma ruptura significativa em relação à política de dominação dos EUA. "Não será nenhuma ruptura em relação à política de dominação do Império. Estamos entrando no mundo multipolar e os EUA tentarão resistir de todas as maneiras."
Genoino também falou sobre a necessidade de o Brasil alinhar suas estratégias geopolíticas com os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em vez de depender dos Estados Unidos ou da Europa. "O Brasil deve fazer sua opção pelos BRICS e não esperar muito nem dos Estados Unidos nem da Europa. O Brasil deve se preparar para um maior tensionamento internacional." Ele concluiu ressaltando a importância da luta anti-imperialista na agenda da esquerda brasileira: "A esquerda deve colocar a luta antiimperialista no centro de sua estratégia."
As declarações de Genoino vêm em um momento em que Kamala Harris está ganhando terreno nas pesquisas eleitorais. De acordo com uma pesquisa Emerson College/The Hill divulgada na quinta-feira, Kamala está se saindo melhor do que o presidente Joe Biden nos estados cruciais que devem decidir a eleição de 5 de novembro. A pesquisa mostrou Trump liderando em quatro desses estados: Arizona (49% a 44%), Geórgia (48% a 46%), Michigan (46% a 45%) e Pensilvânia (48% a 46%), enquanto Trump e Kamala estão empatados em 47% em Wisconsin.
Kamala superou o desempenho de Biden em uma pesquisa anterior da Emerson em cada um desses cinco estados. Ela entrou na campanha esta semana após o presidente Joe Biden desistir da disputa no domingo e endossar sua vice-presidente. A pesquisa mais recente da Emerson com eleitores registrados foi realizada de 22 a 23 de julho e teve um intervalo de credibilidade para cada estado de mais ou menos 3,4%.
Além disso, uma pesquisa nacional divulgada pelo New York Times/Siena College também mostrou Kamala se saindo melhor do que Biden contra Trump, com Trump marcando 48% contra 46% de Kamala entre os eleitores registrados. A pesquisa nacional Reuters/Ipsos divulgada na terça-feira indicou uma vantagem de Kamala de 44% a 42% sobre Trump, uma diferença dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais.
Embora essas pesquisas nacionais ofereçam uma visão importante do apoio dos norte-americanos aos candidatos, é nos estados competitivos que a balança do Colégio Eleitoral pode ser desequilibrada, decidindo assim o vencedor da eleição presidencial. Assista a entrevista de Genoino:
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