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    “Não se forma mais opinião a partir de propostas coerentes, se forma nas redes, contaminada pelo ideário neoliberal”, diz Genro

    Ex-governador Tarso Genro analisa a formação da opinião pública e destaca a necessidade de uma resposta coordenada do governo federal à tragédia no Rio Grande do Sul

    (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert / PR)

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    247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, discutiu a atual conjuntura política e social do Brasil, destacando a importância da formação da opinião pública e a necessidade de uma resposta coordenada do governo federal no socorro das vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul.

    Tarso elogiou a atuação do governo federal na resposta às calamidades recentes no Rio Grande do Sul, destacando a importância das primeiras ações emergenciais. “A movimentação do Governo Federal foi correta, se preocuparam com água, alimentação e abrigo, com muita organização, com uma mobilização grande, também com a participação da sociedade civil e de instituições como a polícia militar etc. Agora vem a segunda fase,” afirmou.

    Ele também ressaltou a importância da presença do presidente Lula e de seus ministros na coordenação dos esforços de recuperação. “A presença do presidente Lula e seus ministros, inclusive com o Ministro Pimenta, indica que o Governo Federal vai assumir essa coordenação. O Governo Federal deve garantir a proteção social para as pessoas que estão desalojadas, para as pessoas que estão fora do mercado de trabalho, garantir a infraestrutura rodoviária. O Governo Federal terá que enfrentar a questão ambiental. Vai ser um processo de gestão fundamental.”

    Em relação ao papel do presidente Lula, Tarso enfatizou a importância das atitudes de empatia e humanismo do presidente. “As atitudes de empatia, de humanismo, de abraço nas pessoas, que o presidente Lula está tomando, é um momento importante de uma estratégia que faz a demolição da distopia que dominou a sociedade brasileira nos anos de Bolsonaro.”

    Tarso criticou a postura de parte do empresariado e da classe média alta no Rio Grande do Sul. “Tivemos um empresariado gaúcho que em sua grande maioria apoiou a tentativa de golpe. Temos uma classe média alta no Rio Grande do Sul que acha que é rica e pensa como a grande burguesia internacional. Temos uma classe média que passou para o conservadorismo e abraçou a extrema direita.”

    Ao discutir a formação da opinião pública na era das redes sociais, Tarso fez uma análise crítica. “As coisas já não são mais como antes. Não se forma mais a opinião de cima para baixo, se forma em rede e é controlado em rede, por um processo conspirativo global, neoliberal e fascista que intervém no cotidiano das pessoas. São enviados recados certos para as pessoas certas. A opinião se forma nas redes e muitas vezes de forma caótica. Ela é contaminada pelo ideário neoliberal.”

    Tarso destacou a importância de se envolver ativamente na formação da opinião pública para construir um futuro melhor para o Rio Grande do Sul. “Temos que aproveitar essa desgraça para estarmos juntos com o presidente, pensando junto com o governo e interferindo no processo de informação da opinião, porque é a partir desse processo de construção da opinião pública que vamos ter um novo Rio Grande ou um Rio Grande pior que esse.”

    Concluindo, ele lamentou a atual derrota ideológica da esquerda. “Nós da esquerda estamos perdendo a disputa ideológica e pela hegemonia,” reconheceu, destacando a necessidade de propostas coerentes para reverter essa situação.

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