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    “Nesse momento temos um impasse sobre a Palestina”, diz Breno Altman

    Jornalista analisa a proposta de cessar-fogo mediada pelos EUA e as implicações políticas para Israel

    (Foto: Miriam Alster/Pool via REUTERS | Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Joshua Roberts)

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    247 - Em uma entrevista concedida ao programa Bom Dia 247, da TV 247, o jornalista e editor do Opera Mundi, Breno Altman, fez uma análise a sobre a atual situação na Palestina, destacando a complexidade e o impasse nas negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas.

    “Nesse momento nós temos um impasse na Palestina. Os EUA fizeram uma proposta à qual o Hamas deu sinal verde e que Israel evidentemente trata de ludibriar esta proposta. Israel finge que aceita seus termos, mas o que é fundamental é aceitar o cessar-fogo, isso Israel não aceita”, afirmou Altman.

    A proposta mencionada por Altman foi apresentada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e inclui três fases: um cessar-fogo completo e a retirada das forças israelenses das áreas povoadas, seguido pela troca de reféns e a continuidade do cessar-fogo, culminando na reconstrução da Faixa de Gaza.

    Altman explicou que “a proposta apresentada publicamente por Biden remonta à proposta que o Hamas já havia aceitado anteriormente, com troca de reféns e corredor humanitário. Ao fim desse processo se negociaria um cessar-fogo definitivo, com uma reconstrução da Faixa de Gaza. O representante de Israel acena com aceitação, mas na prática diz que não abre mão da destruição do Hamas, o que significa abrir fogo novamente contra o povo palestino.”

    O jornalista criticou duramente as ações de Israel e a resposta do governo Netanyahu. “O regime sionista está tendo suas entranhas cada vez mais expostas pelo genocídio do povo palestino”, disse, ressaltando a gravidade da situação humanitária em Gaza.

    Altman também comentou sobre as possíveis motivações políticas por trás da proposta de Biden, sugerindo que o presidente dos EUA poderia estar pressionando por uma mudança no governo israelense. “Alguns analistas dizem que o movimento de Biden é para forçar a queda de Netanyahu e trazer um governo de Benny Gantz, que compõe o governo Netanyahu, mas é menos extremista. Assim, Biden poderia forçar a saída da extrema direita do governo israelense ao empurrar Netanyahu para o acordo. Poderia levar à antecipação do processo eleitoral em Israel.”

    O jornalista destacou ainda que a aceitação da proposta por Netanyahu poderia representar uma oportunidade tanto para os EUA quanto para a Palestina. “EUA poderiam posar que apresentaram uma posição humanitária e por outro lado poderiam ter uma substituição do governo Netanyahu por um governo mais próximo dos objetivos da Casa Branca”, afirmou.

    Por fim, Altman resumiu o impasse: “O impasse se resume a se Netanyahu aceita a proposta americana, isso permitiria um respiro à Faixa de Gaza, ou se Netanyahu se mantém abraçado à extrema direita, mantendo a exposição das vísceras do genocídio. De qualquer um dos casos a resistência palestina avança. Ou consegue um respiro em um cessar-fogo, mesmo que breve, ou fica explícito ainda mais as intenções do genocídio por parte dos sionistas.”

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