“Moro não foi cassado porque o que preside o direito é a política”, diz Alysson Mascaro
Jurista Alysson Mascaro analisa implicações políticas da absolvição de Moro pelo TSE
247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o filósofo Alysson Mascaro fez uma análise sobre a absolvição do ex-juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sua influência no panorama político brasileiro.
Mascaro afirmou: "Moro não foi cassado porque o que preside o direito é a política" e acrescentou: "Quando Lula foi condenado por razões absurdas, ele foi condenado pela política – e não pelo direito".
Ao abordar especificamente o papel de Sergio Moro e suas decisões, Mascaro argumentou que "Moro foi salvo porque serviu ao neoliberalismo" e enfatizou que suas ações foram cruciais para a ascensão desse modelo econômico no Brasil. O jurista destacou o papel de Moro no contexto político nacional, afirmando que "Moro é o grande algoz do presidente Lula. Se a ele nada acontece, passa a imagem de que o acordo até a ele chega". Mascaro também apontou para a influência do capital nas instituições brasileiras, declarando que "As instituições não são neutras, nem técnicas, elas são sempre controladas pelo capital nas sociedades capitalistas".
A análise do jurista não se limitou apenas ao passado, mas também especulou sobre o futuro político do país, sugerindo que as recentes decisões judiciais podem indicar a possibilidade de um "acordão" político, que poderia afetar a possibilidade de condenação de Jair Bolsonaro. O jurista sugeriu que as recentes decisões judiciais, como a absolvição de Moro e a situação de José Dirceu e Marcelo Odebrecht, podem indicar um grande acordo político, para em troca não ter condenação a Jair Bolsonaro: “O neoliberalismo brasileiro deixou Bolsonaro de reserva para tentar construir uma nova alternativa”
Analisando o posicionamento da esquerda brasileira, Mascaro destacou a falta de análise marxista e a dependência do neoliberalismo. "Falta análise marxista na esquerda brasileira", disse ele, acrescentando: "A esquerda que não aposta na mobilização das massas, é refém do neoliberalismo" e ainda afirmou que "O corno de sempre é a esquerda liberal", sugerindo que, mesmo diante de adversidades, essa ala política não consegue escapar da influência do capital.
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