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"O certo é zerar as dívidas públicas e investir no bem-estar da população", diz Pomar

Historiador defende expansão nacional da política fiscal emergencial adotada no RS e cancelamento das dívidas públicas para priorizar o bem-estar da população

(Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

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247 - Na entrevista concedida ao programa Contramola, da TV 247, o historiador e analista político Valter Pomar discutiu a necessidade de uma mudança significativa na política fiscal do Brasil, especialmente em situações emergenciais. Ele usou a recente catástrofe no Rio Grande do Sul como um exemplo central para argumentar que medidas similares devem ser aplicadas em todo o país.

“Essa catástrofe que ocorreu no Rio Grande do Sul pode ocorrer em outros estados do país”, alertou Pomar. Ele explicou que, em resposta à emergência no Rio Grande do Sul, foram suspensas as restrições fiscais, permitindo que todos os gastos necessários fossem realizados sem contabilização para fins de ajuste fiscal. “Precisa de dinheiro? Vai ter dinheiro. Ali, tudo que for gasto não será computado para fins de ajuste fiscal.”

Pomar questionou: “A pergunta é: imagine, por hipótese, que uma situação desse tipo, similar a essa, se reproduza em outros estados? O que significa que essa exceção, não é uma exceção, o país vive em uma situação emergencial, e é essa noção que nós temos que ter para evitar que a situação emergencial vire catástrofe.”

Ele destacou a gravidade da situação emergencial nacional, apontando que problemas como o analfabetismo afetam milhões de brasileiros e têm impactos significativos e cumulativos na sociedade. “Quando sai o IBGE dizendo que tem mais de 10 milhões de pessoas analfabetas no país, isso é uma catástrofe. São 10 milhões de pessoas que têm a sua capacidade de trabalho reduzida, sua capacidade de sobrevivência reduzida, isso tem efeito cumulativo na vida da sociedade, na vida das pessoas, isso tem que ser enfrentado de imediato, e se não for, tem repercussão.”

Pomar fez um paralelo entre essas questões e outras emergências, como doenças e destruição ambiental, reforçando que a abordagem emergencial adotada no Rio Grande do Sul deveria ser expandida para o país inteiro. “Essa noção de emergência, de que a gente ou atua já ou custo disso vai ser muito maior, tem que ser uma postura nossa, no país como um todo, não é só o caso do Rio Grande do Sul, o caso do RS ele é agudo, ele é urgente em um nível muito alto, mas é o mesmo problema para o resto do país, a mesma atitude que está sendo adotada para RS tem que ser adotada para o resto do país.”

Ele propôs uma solução ousada para a crise fiscal e econômica: zerar as dívidas públicas e investir no bem-estar da população. “Se estamos adotando a não restrição fiscal para RS devemos adotar para o resto do país. O certo é que as dívidas públicas, que vêm se acumulando há tempos, deveriam ser zeradas, para que o poder público invista com tudo na melhoria do bem-estar das pessoas, da capacidade do desenvolvimento científico e tecnológico do país.”

Para Pomar, essa mudança é necessária diante das dificuldades de se aprovar reformas significativas no Congresso ou de reduzir a taxa de juros sob a gestão atual do Banco Central. “Eu acho que tem saída, se não tem como reduzir a taxa de juros porque o presidente do Banco Central é filhote de Bolsonaro, e se não temos maioria no Congresso para aprovarmos uma reforma tributária que cobre imposto dos ricos, para poder ampliar a arrecadação, então vamos mexer no orçamento, reduzir os recursos que vão para os ricos, que ganham dinheiro cada vez que aumenta a taxa de juros e jogar esses recursos no desenvolvimento nacional.”

A entrevista completa com Valter Pomar está disponível no programa Contramola, da TV 247.

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