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    "O estado de Israel é antissemita", afirma rabino Yisroel Dovid Weiss em entrevista à TV 247

    Rabino ortodoxo denuncia ocupação e genocídio na Palestina, condena o sionismo e defende a coexistência pacífica entre judeus, muçulmanos e cristãos

    (Foto: Divulgação )
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    247 - Em entrevista à TV 247, gravada em frente à sede das Nações Unidas em Nova York, o rabino Yisroel Dovid Weiss, uma das figuras mais proeminentes na luta por uma Palestina livre, fez duras críticas ao Estado de Israel e ao movimento sionista. Representando a comunidade judaica Haredi, Weiss destacou que a existência do Estado de Israel contraria os princípios do judaísmo, classificando-o como "ilegítimo" e "contra Deus".

    "Como judeus, nos opomos ao Estado de Israel porque ele contradiz a Torá. Não temos permissão para estabelecer uma soberania judaica desde a destruição do Templo há 2.000 anos", declarou Weiss. Segundo ele, a criação de Israel em 1948 foi baseada em uma narrativa manipulada pelo movimento sionista, que teria ignorado os preceitos religiosos e os direitos dos palestinos.

    Oposição religiosa e solidariedade à Palestina

    Weiss ressaltou que os judeus Haredi, conhecidos por sua adesão rigorosa à Torá, historicamente se posicionam contra o sionismo. Ele explicou que, segundo a tradição judaica, o exílio do povo judeu só pode terminar por intervenção divina, e qualquer tentativa de restabelecer uma soberania judaica é vista como uma rebelião contra Deus.

    Durante a entrevista, realizada no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, o rabino também destacou a convivência pacífica que existia entre judeus, muçulmanos e cristãos na Palestina antes da chegada do sionismo. "Vivíamos em paz sob o Império Otomano. A diferença de religião nunca foi um obstáculo para a convivência. Foi o sionismo que destruiu essa harmonia", afirmou.

    Críticas ao genocídio e ao apartheid

    O rabino denunciou as ações de Israel contra os palestinos, classificando-as como genocídio e apartheid. "Eles usam o antissemitismo como arma para justificar o massacre. É uma lógica satânica que destrói vidas e oprime os palestinos há mais de 76 anos", disse. Ele comparou a situação atual à luta contra o apartheid na África do Sul, ressaltando que o mundo ainda se calou diante da opressão sistemática na Palestina.

    Segundo Weiss, até mesmo judeus religiosos são vítimas de perseguição em Israel. "Rabinos são presos, crianças são atacadas e nossas manifestações pacíficas são reprimidas brutalmente. Se isso acontecesse em qualquer outro lugar, seria imediatamente condenado como antissemitismo", declarou.

    Um apelo pela paz

    Encerrando a entrevista, Weiss enviou uma mensagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao povo brasileiro. Ele pediu que o Brasil continue apoiando a paz na região e que os brasileiros, judeus ou não, rejeitem a propaganda sionista. "A comunidade judaica religiosa em todo o mundo está em total oposição ao Estado de Israel. Devemos buscar a verdade, apoiar uma Palestina livre e viver em harmonia, como Deus deseja", concluiu.

    A entrevista foi marcada por uma forte defesa da coexistência pacífica entre povos e religiões. "Oramos diariamente para que este genocídio termine e que possamos abraçar nossos irmãos palestinos em uma terra livre. Isso não é apenas um desejo político, mas uma obrigação moral e espiritual", afirmou o rabino, emocionado. Assista: 

     

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