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“O iFood apoia regulação do trabalho para entregadores”, afirma Diego Barreto

Em entrevista à TV 247, presidente do iFood destacou inovação tecnológica e papel das universidades públicas no crescimento da empresa

Diego Barreto, presidente do iFood (Foto: Felipe Gonçalves/Brasil 247)

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247 - O presidente do iFood no Brasil, Diego Barreto, revelou, em entrevista à TV 247, detalhes sobre a operação da empresa e os desafios enfrentados no setor de delivery. Com quase 100 milhões de pedidos mensais, Barreto destacou a importância da tecnologia para o sucesso da startup. “Hoje, o iFood recebe quase 100 milhões de pedidos por mês, orientados por dados e tecnologia de ponta. São mais de 350 mil restaurantes parceiros, dos quais 90% são pequenos estabelecimentos em mais de 1.500 cidades brasileiras, gerando ao menos 873 mil postos de trabalho diretos e indiretos”, afirmou.

O executivo também ressaltou o papel crucial da inteligência artificial no gerenciamento da alta demanda durante os picos de almoço e jantar. “O iFood enfrenta dois grandes picos de demanda: almoço e jantar. Esse desafio só pode ser superado com o uso de inteligência artificial, que nos permite gerenciar milhões de pedidos de forma eficiente. Sem tecnologia essa tarefa seria impossível. Nosso trabalho para os restaurantes não apenas estimula a economia local, mas também é extremamente relevante.”

Outro ponto abordado pelo executivo foi a divisão das entregas realizadas pela empresa e pelos restaurantes. “Atualmente, realizamos 40% das entregas, enquanto 60% são feitas pelos próprios restaurantes. Comparado ao restante do mercado, nossos 40% mostram uma diferença significativa. Por exemplo, garantimos que a remuneração dos entregadores seja superior ao salário mínimo nacional por hora e oferecemos seguro contra acidentes, além de diversos auxílios, incluindo aqueles implementados durante a pandemia, como o auxílio hospitalar.”

Barreto lamentou a percepção de que há exploração no setor de delivery e enfatizou os esforços da empresa para garantir condições justas aos entregadores. “A palavra 'exploração' nos entristece, pois em apenas 5 anos conseguimos criar uma diferenciação completa em relação ao restante do mercado."

O presidente do iFood também levantou questões sobre a adequação do regime de previdência social vigente no Brasil às condições de trabalho dos entregadores. Segundo ele, a maioria dos entregadores trabalha menos de 90 horas por mês, utilizando a plataforma como uma fonte adicional de renda. “O regime de previdência social que está em vigor no Brasil ignora a realidade do setor de entrega, pois 90% dos entregadores que trabalham com o iFood possuem, em média, menos de 90 horas trabalhadas por mês e utilizam a plataforma para complementar a renda. Se tributados, esses trabalhadores não atingirão o piso de contribuição necessário para inclusão na previdência”, explicou.

Barreto ainda destacou a origem brasileira da tecnologia usada pela empresa, creditando o sucesso do iFood ao talento formado em universidades públicas. “O iFood é fruto não só de brasileiros que pensaram na ideia, mas também de tecnologia desenvolvida por engenheiros formados em universidades públicas, como a Unicamp, UFSCar, UFSC, UFG e outras. O nosso principal centro formador de talentos é a escola técnica da Unicamp, onde o jovem simples inicia sua formação e, em seguida, ingressa na universidade. As universidades públicas desempenham um papel crucial na construção da nossa empresa."

Segundo o executivo, a criação de polos tecnológicos em diversas regiões tem atraído engenheiros para empresas de tecnologia, afastando-os do mercado financeiro. "Criamos polos em diversas regiões, e hoje os engenheiros buscam oportunidades em empresas de tecnologia, em vez de se voltarem para o mercado financeiro", concluiu Barreto.

Assista à entrevista:

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