"O mundo tá correndo um risco enorme", alerta James Onnig sobre a geopolítica de Trump
Especialista discute os impactos das políticas de Trump no cenário global, incluindo tensões comerciais, imigração e ameaças à estabilidade mundial
247 - Em entrevista veiculada no programa Boa Noite 247, o renomado professor de Relações Internacionais e analista político James Onnig compartilhou uma análise detalhada sobre as implicações das políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no tabuleiro geopolítico global. Com uma visão crítica e embasada em décadas de estudo, Onnig alertou para os riscos que as decisões de Trump representam não apenas para os EUA, mas para o mundo.
"A gente tá correndo um risco enorme", afirmou Onnig ao comentar as atitudes protecionistas e o discurso de confronto adotados por Trump. Segundo ele, "os Estados Unidos está se fechando e isso pode exacerbar as forças políticas de ultradireita que apoiam Donald Trump". O analista destacou que as tarifas impostas a países como Canadá, México e Brasil são apenas a ponta do iceberg de uma estratégia que busca reposicionar os EUA como protagonista absoluto no cenário econômico e militar, mesmo que isso custe a estabilidade global.
Onnig também abordou a questão migratória, ressaltando que as medidas anti-imigração propostas por Trump estão carregadas de xenofobia e supremacia branca. "Parte considerável do empreendedorismo tão defendido pelos neoliberais dentro dos Estados Unidos é feito por latinos", explicou. "Eles querem iniciar um negócio, querem se inserir na economia e na vida dos Estados Unidos." Ele criticou duramente a postura de Trump, que criminaliza imigrantes enquanto ignora sua contribuição essencial para a economia norte-americana.
Outro ponto central da conversa foi o papel das grandes corporações tecnológicas, como a SpaceX de Elon Musk, na estratégia de Trump. "Os Estados Unidos querem estar à frente e se aliam a Elon Musk nesse sentido", disse Onnig. "As empresas dele fornecem dados via satélite numa velocidade ímpar, e isso gera a corrida ao ciberespaço." O analista alertou, no entanto, que essa parceria pode levar a uma guerra comercial entre modelos americanos e chineses, com impactos devastadores para países que não têm relação direta com o conflito.
Sobre o Oriente Médio, Onnig foi enfático ao criticar as declarações de Trump sobre Gaza. "Ele quer submeter os interesses do povo palestino, acabar com a possibilidade de um Estado palestino", afirmou. Para o analista, o discurso de Trump deve ser visto como um alerta internacional, já que suas propostas podem gerar uma crise humanitária ainda maior na região. "Isso é preocupante, porque cria uma situação de dificuldade extrema."
Por fim, Onnig destacou o impacto das políticas de Trump na União Europeia e na Otan. "A Europa está sendo curvada novamente aos interesses dos Estados Unidos", disse. Ele lembrou que a dependência europeia de gás americano e a pressão por maior investimento militar são sintomas de uma nova era de subserviência ao poderio norte-americano. "A vocação da Otan meio que já se esgotou", concluiu, apontando para uma possível redefinição do papel da aliança militar no futuro. Assista:
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