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      "O PT precisa oferecer um horizonte socialista para o povo brasileiro", diz Pomar

      Dirigente analisa os desafios do PT para enfrentar a extrema direita e retomar o protagonismo popular

      (Foto: Brasil247)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - O futuro do Partido dos Trabalhadores (PT) está em discussão em meio a desafios políticos e econômicos. O historiador e dirigente petista Valter Pomar defende que o partido deve ir além da gestão governamental e apresentar um horizonte socialista e transformador para o Brasil. "Não basta administrar bem, é preciso apontar para um novo projeto de sociedade", afirmou Pomar.

      Para Pomar, a extrema direita segue avançando, tanto no Brasil quanto no mundo, e o PT precisa se posicionar de maneira mais contundente, não apenas em defesa da democracia, mas também contra o neoliberalismo e os interesses do capital financeiro. "Se não enfrentarmos a disputa ideológica e o projeto neoliberal, seremos apenas gestores do sistema", alertou. Ele destaca que o partido deve reafirmar seus valores socialistas e recuperar a mobilização popular. "Temos que voltar a falar de socialismo, de transformação estrutural da sociedade."

      Outro desafio apontado é a necessidade de renovação e ampliação da representação do PT junto às bases trabalhadoras, especialmente diante da nova realidade do mercado de trabalho. A precarização e a uberização de amplos setores da economia tornam urgente a reaproximação do partido com os trabalhadores que não se veem mais representados pelos sindicatos tradicionais. Pomar alerta que é necessário combater a narrativa do empreendedorismo individual como solução econômica e fortalecer a luta por direitos. "O trabalhador não quer ser um 'empreendedor' precarizado, ele quer condições dignas, direitos e estabilidade", enfatizou.

      O PT também enfrenta desafios internos, como a necessidade de uma maior diversidade em suas lideranças e instâncias de decisão. Pomar lembra que um partido de trabalhadores precisa ter em sua direção membros que vivam a realidade da classe trabalhadora no dia a dia, garantindo que suas propostas reflitam as verdadeiras demandas populares. "O PT precisa ser mais do que uma estrutura burocratizada, precisa ter na direção nacional gente do chão de fábrica, dos bairros populares, das periferias", defendeu", defendeu.

      A crise do capitalismo global e o avanço da extrema direita demandam do PT um posicionamento estratégico e ofensivo. Pomar defende que o partido precisa retomar seu papel histórico como agente de transformação, indo além da gestão governamental e assumindo a responsabilidade de construir um novo projeto de sociedade. "Se o PT não subir o sarrafo, não suporta mais 30 anos", alerta.

      O futuro do PT depende de sua capacidade de oferecer um sonho coletivo de futuro para o povo brasileiro, com um horizonte socialista claro, que mobilize e inspire a classe trabalhadora a lutar por uma sociedade sem exploração e sem opressão. "A disputa política também é uma disputa de sonhos. Se deixarmos a extrema direita ocupar esse espaço, seremos derrotados", concluiu Pomar. Assista: 

       

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