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    "O que vemos na Colômbia é o uso da Justiça para interromper um governo popular", diz Amauri Chamorro

    Analista político destacou a situação crítica que o presidente da Colômbia

    (Foto: REUTERS/Nathalia Angarita)

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    247 - Em recente entrevista para o programa Boa Noite 247, o consultor político Amauri Chamorro destacou a situação crítica que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está enfrentando. Chamorro classificou como lawfare o processo em curso no país, onde o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) abriu uma investigação sobre supostas irregularidades no financiamento da campanha presidencial de Petro em 2022. Ele denunciou que essa estratégia jurídica é usada para impedir que o presidente conclua seu mandato e bloqueie avanços importantes, como o processo de paz total.

    "O que vemos na Colômbia é o uso da Justiça para interromper um governo popular. É um golpe brando que se assemelha ao que aconteceu no Brasil com Dilma Rousseff", afirmou Chamorro. Ele reforçou que a ação do CNE ultrapassa as competências constitucionais, uma vez que o órgão não tem poder para investigar diretamente o presidente. "É a Comissão de Acusação do Congresso que deveria lidar com essas questões, mas o CNE está atropelando a Constituição", explicou.

    O narcotráfico como peça-chave do conflito

    Durante a entrevista, Chamorro também abordou o papel central do narcotráfico no conflito colombiano e nas negociações de paz. Ele ressaltou que grupos armados, como as dissidências das FARC, o ELN e paramilitares herdeiros dos cartéis de Cali e Medellín, estão intimamente ligados ao tráfico de drogas. "O narcotráfico não é um problema de consumo local, mas de produção destinada ao mercado dos EUA e da Europa. É lá que o dinheiro do tráfico se multiplica, enquanto a Colômbia fica com os mortos", afirmou.

    Segundo Chamorro, Petro está conduzindo negociações com esses grupos para alcançar a paz total no país, um processo que inclui a admissão de responsabilidade pelos crimes cometidos e a restituição para as vítimas. No entanto, o especialista alerta que essa tentativa de interromper o mandato de Petro também visa enfraquecer essas negociações. "A elite política e econômica da Colômbia está visceralmente ligada ao narcotráfico, e essa verdade terá que vir à tona nas negociações de paz", concluiu.

    O desafio de governar em meio a um golpe brando

    Chamorro destacou que o processo de lawfare em curso contra Petro vai além da mera oposição política: ele visa manter intactos os privilégios das elites que se beneficiaram por décadas da guerra civil e do narcotráfico. "Os grandes grupos políticos, como o ex-presidente Álvaro Uribe e empresários ligados aos EUA, estão envolvidos nisso. Empresas como Coca-Cola e Chiquita Brands financiaram o conflito armado e até ajudaram no tráfico de armas", revelou. Assista: 

     

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