“Parece que nós perdemos nossa capacidade de indignação”, diz Lenio Streck
Lenio Streck alerta para os desafios democráticos no Brasil, criticando omissões e destacando o risco de retrocessos institucionais
247 - O jurista Lenio Streck, durante entrevista ao programa Giro das Onze, teceu duras críticas ao cenário político e social brasileiro, marcado pela polarização e por planos golpistas recentemente revelados. Ele também destacou a importância de medidas para responsabilizar os envolvidos e fortalecer a democracia.
“Depois de tantos anos de construção da democracia, aparecem uns aventureiros, como esses que, por um azar da história, chegaram à República, conseguiram dividir o país, criar uma legião de radicais e intoxicar a sociedade pelas redes sociais”, afirmou Streck. Segundo ele, os fatos expostos pelas investigações da Polícia Federal sobre o plano golpista são alarmantes: “Bolsonaro atuou diretamente na redação [da minuta do golpe]. Ele fez ajustes, inclusive. Então está tudo aí na mão, tudo amarrado”.
Streck ainda comentou o nível de gravidade do plano, que, segundo as investigações, incluía o assassinato de figuras como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. “Veja a gravidade: a tentativa de planejar a morte do presidente eleito. Nem mesmo o golpe militar de 64 tinha nos planos a morte do Jango”, comparou.
Ele criticou a falta de indignação da sociedade brasileira frente à gravidade do caso. “Parece que nós perdemos nossa capacidade de indignação. Eles planejavam matar o presidente eleito, o vice e o ministro. Cadê a indignação nacional com relação a isso? Talvez grandes passeatas sejam necessárias para exigir a prisão dessa gente”.
Ao abordar o papel de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Lenio também questionou o alinhamento de setores com ideologias extremistas. “Advogados que odeiam a Constituição, médicos que odeiam vacinas. O que mais você quer, meu amigo?”, provocou.
Por fim, o jurista destacou a necessidade de uma ampla conscientização e de maior protagonismo dos meios de comunicação para combater retrocessos institucionais. “Está na hora de editoriais candentes exigindo a prisão de quem planejou o golpe”, concluiu. Assista:
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