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    "Privatização de serviços essenciais está fadada ao insucesso", afirma Fernando Horta sobre apagão da Enel

    Em crítica à gestão da energia em São Paulo, historiador Fernando Horta aponta falhas da privatização e responsabiliza a administração pública pela crise

    (Foto: Brasil247 | Divulgação )

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    247 - Durante sua participação no programa Boa Noite 247, o historiador Fernando Horta fez duras críticas ao modelo de privatização da energia em São Paulo e à administração do prefeito Ricardo Nunes. Com análises contundentes, Horta argumentou que a atual crise de energia, marcada pelo recente apagão que deixou mais de um milhão de paulistanos no escuro, é resultado direto da privatização de serviços essenciais.

    Horta destacou que, além da ineficiência da Enel, há uma clara falta de planejamento por parte da gestão pública para lidar com situações previsíveis, como chuvas fortes e quedas de árvores. “O prefeito de São Paulo não se responsabiliza por absolutamente nada. É sempre culpa do vento, da chuva ou da árvore. Ele não percebe que, como prefeito, deveria antecipar esses problemas e organizar a cidade para enfrentá-los”, declarou Horta, fazendo referência à postura de Ricardo Nunes.

    Uma das críticas centrais de Horta foi à lógica privatista que, segundo ele, deixou a população refém de empresas estrangeiras. “O modelo de privatização de serviços essenciais está fadado ao insucesso no mundo inteiro”, afirmou, destacando que a Enel, concessionária de energia de São Paulo, reverte seus lucros para a Itália, e não para investimentos no Brasil. “Por que o lucro da Enel vai para a Itália? Isso é inaceitável. Precisamos de investimentos aqui, para melhorar o serviço e beneficiar o povo”, questionou o historiador.

    Sobre a atuação do prefeito Ricardo Nunes, Horta foi incisivo. Apesar de Nunes ter acionado a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no ano passado para revisar o contrato com a Enel, o historiador apontou que a ação não passou de uma estratégia política para tirar proveito do tema durante o período eleitoral. “Antes das eleições, Nunes tentou raptar essa pauta da reestatização para tirar do Boulos uma bandeira forte. Mas foi só da boca para fora. Terminada a eleição, ele não vai fazer nada”, afirmou.

    Durante o programa, Horta explicou que a privatização da Enel foi um desastre não apenas pela falha em garantir o fornecimento eficiente de energia, mas também porque reforça uma estrutura de monopólio natural, sem concorrência real. Ele ressaltou que serviços como luz, água e esgoto precisam ser geridos pelo Estado, que é o único capaz de garantir uma operação transparente e voltada para os interesses da população. “Serviços essenciais não podem ser entregues à iniciativa privada. Eles precisam ser controlados pelo Estado, que deve atuar para o bem comum, e não pelo lucro”, declarou.

    O apagão recente em São Paulo e a crise gerada pela má gestão da Enel expõem, de acordo com o historiador, a falência do modelo privatista e a falta de responsabilidade das autoridades públicas. Horta concluiu sua participação com um alerta: “O povo de São Paulo não pode esperar melhorias enquanto a gestão da energia estiver nas mãos de uma empresa que responde a interesses externos. A única chance de mudança real é trocar o prefeito e retomar o controle público da energia.”

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