Professora Nelice Pompeu alerta sobre avanço conservador em São Paulo: "O apagão na educação é real"
Nelice Pompeu, professora da rede pública, destacou a polarização eleitoral, a precariedade da educação pública e a violência crescente nas escolas
247 - Na última semana, a professora da rede pública de São Paulo, Nelice Pompeu, concedeu uma entrevista ao programa Boa Noite 247, onde discutiu o cenário político-eleitoral da capital e as implicações das recentes eleições municipais no futuro da educação e do país. Pompeu, conhecida por seu ativismo em prol de uma educação pública de qualidade, fez duras críticas à atual administração e levantou questões preocupantes sobre o futuro.
“O cenário aqui em São Paulo é preocupante e a gente sabe que tudo o que acontece aqui acaba ecoando nacionalmente. É triste ver como se formou a Câmara Municipal, infelizmente, ainda não fizemos uma quantidade suficiente de vereadores e vereadoras do campo mais progressista, mais à esquerda", lamentou Pompeu, destacando o avanço de figuras conservadoras alinhadas ao bolsonarismo, como Lucas Pavanato, do PL, que foi o mais votado na cidade.
Para a professora, a eleição municipal de 2024 já acendeu sinais de alerta para o que pode acontecer nas eleições presidenciais de 2026. "Essa eleição é um plebiscito do que pode acontecer daqui a dois anos", enfatizou. Embora o Partido dos Trabalhadores (PT) tenha conseguido alguns avanços, Pompeu avaliou que o cenário poderia ser melhor, principalmente diante do crescimento de movimentos conservadores.
No entanto, a educadora reservou suas maiores críticas para o governo de Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo. "Nós também vivemos um apagão violento na educação, na saúde, na segurança e nas políticas públicas em São Paulo. É impossível que isso seja apagado da memória das pessoas e, mesmo assim, elas acabem votando por mais quatro anos de continuidade", afirmou.
Durante a entrevista, Nelice Pompeu fez questão de ressaltar o peso da luta dos professores e a desvalorização da profissão. "Quando o Marçal disse que o Boulos não trabalha, como se ser professor não fosse uma profissão... Quantas vezes já ouvimos: 'Você só dá aula, mas o que mais você faz?' E, ainda por cima, somos chamados de parasitas e vagabundos, como se fôssemos marajás com benefícios", criticou.
Além disso, Pompeu alertou para o crescimento da violência nas escolas, associando-a ao discurso de ódio propagado durante o governo Bolsonaro. "Estamos vivendo uma escalada de violência nas nossas unidades. E isso não é de hoje. Estamos gritando por socorro, e não é colocando mais polícia ou armas dentro da escola que resolveremos", destacou. A professora lembrou o recente caso de violência em uma escola de Sapopemba, que reflete o aumento desse tipo de ataque.
A professora concluiu sua participação no programa com um apelo à militância e aos eleitores para que participem ativamente do segundo turno, apoiando Guilherme Boulos e Marta Suplicy. Ela pediu que os cidadãos façam parte da campanha do "vira-voto", essencial para impedir a continuidade da atual gestão. "Estamos diante de uma eleição que decide não só o futuro da nossa cidade, mas o que isso vai refletir no Brasil", alertou. Assista:
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