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"Reeleição de Lula começa a ficar arriscada", diz Rui Costa Pimenta

Presidente do PCO afirma que o resultado da esquerda nas urnas pode empurrar o governo Lula para a centro-direita, sem bons reflexos eleitorais futuros

(Foto: Divulgação )

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247 – Em entrevista à TV 247, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez uma avaliação crítica sobre o cenário político nacional e as escolhas estratégicas do governo Lula. Segundo ele, os recentes resultados eleitorais refletem uma perigosa mudança de curso para o Partido dos Trabalhadores (PT), que, em vez de se fortalecer à esquerda, pode acabar adotando uma guinada à direita. "O resultado eleitoral não vai empurrar o PT para a esquerda. Vai empurrar o PT para a direita”, afirmou, ressaltando que o próprio discurso do partido já começa a se alinhar com a ideia de um “novo centro” – o que, em sua visão, representa essencialmente a centro-direita.

Para Pimenta, o cenário eleitoral foi marcado pela ascensão de partidos de direita, como o PL, de Jair Bolsonaro, que despontou como o mais votado no primeiro turno. Esse fortalecimento de Bolsonaro mostra que “o massacre judicial não arranhou nem a pintura” do ex-presidente. Ao mesmo tempo, o PT, ao reduzir seu investimento em candidaturas e abdicar de disputar capitais, “vai se liquidando como partido” e perde influência junto às classes populares. “O 'pobre de direita' é o estado natural do pobre”, destacou Pimenta, acrescentando que essa perda de representatividade das pautas populares reflete uma derrota para o identitarismo, que, segundo ele, vem se distanciando das necessidades reais da população.

Pimenta alertou que, em um contexto de enfraquecimento do PT e avanço das forças conservadoras, até mesmo o governador Tarcísio de Freitas poderia derrotar Lula em uma próxima disputa eleitoral, com o crescimento da direita comprometendo as chances de reeleição do atual presidente. Para ele, ao afastar-se de uma agenda popular e socialista, o PT corre o risco de ser engolido pelo “novo centro”, deixando cada vez mais espaço para o avanço da extrema-direita.

No campo internacional, Rui Costa Pimenta afirmou que a postura do Brasil nas relações exteriores reforça sua leitura sobre a guinada de Lula. Ele mencionou a recente cúpula do BRICS, em que o governo brasileiro vetou a entrada da Venezuela no bloco. Para Pimenta, essa decisão foi uma “agressão” e um claro “alinhamento ao imperialismo”. “O presidente Lula deve uma explicação sobre o veto à Venezuela no BRICS. Ele não foi eleito para fazer o que fez na cúpula do BRICS”, disse Pimenta, apontando que o Brasil, nessa postura, afasta-se dos objetivos antiimperialistas e da defesa do Sul Global.

Ele também comentou o Encontro de Kazan, realizado recentemente, que para ele consolidou a aliança dos grandes países do Sul Global, com destaque para a “determinação de russos e chineses de constituir uma aliança antiimperialista”. Em Kazan, ele notou um avanço significativo para as políticas de fortalecimento e soberania no cenário internacional. No entanto, lamentou a ausência de Lula, ocorrida em razão de um acidente doméstico, o que, para ele, reforça a impressão de uma mudança na política externa brasileira em direção ao alinhamento com potências imperialistas. Assista:

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