"Sem novas reservas, Brasil voltará a importar petróleo", alerta Deyvid Bacelar
Em entrevista à TV 247, coordenador da FUP defendeu a soberania energética brasileira e a exploração da Margem Equatorial. Assista
247 - O Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, criticou a postura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e defendeu a exploração da Margem Equatorial, em entrevista à TV 247. Bacelar destacou a importância do petróleo para a economia do país e alertou para os riscos de uma futura dependência da importação.
A FUP, que completou 30 anos em 2024, tem mantido sua atuação firme contra tentativas de desmonte do setor petrolífero. “A categoria petroleira demonstrou sua força ao longo da história e foi a única que realizou uma grande greve contra as privatizações no governo Bolsonaro”, afirmou Bacelar, relembrando a paralisação de 2020.
Apesar do alinhamento com o governo Lula, Bacelar reforçou que o movimento sindical tem o papel de pressionar por avanços. “Sindicato é sindicato, partido é partido, governo é governo. Precisamos ajudar na mobilização da classe trabalhadora para pressionar o governo à esquerda, considerando que ele já é muito à direita pelo modelo de ampla coalizão”, disse.
Margem Equatorial e soberania energética - Um dos principais temas da entrevista foi a exploração da Margem Equatorial, uma reserva estimada em mais de 30 bilhões de barris de petróleo, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Bacelar enfatizou que a reserva não está localizada na foz do Rio Amazonas, como alguns críticos argumentam, e que sua exploração é essencial para garantir a autossuficiência do Brasil.
“A partir de 2032, o pré-sal começará a entrar em declínio. Se não explorarmos novas reservas, corremos o risco de voltar a ser importadores de petróleo, ficando ainda mais reféns do câmbio, do dólar e dos custos internacionais”, alertou.
O sindicalista também destacou a importância dos recursos da Margem Equatorial para o desenvolvimento econômico das regiões Norte e Nordeste, que apresentam alguns dos piores índices de desenvolvimento humano do país. “Precisamos transformar essa riqueza em projetos socioambientais que dialoguem com as comunidades ribeirinhas, indígenas e a população local”, defendeu.
Além disso, Bacelar criticou o atraso na liberação do licenciamento ambiental pelo Ibama, sugerindo que interesses estrangeiros podem estar influenciando essa morosidade. “Será que não existem petrolíferas internacionais que têm interesse em impedir a Petrobras de explorar essa reserva?”, questionou.
Crítica ao "ambientalismo seletivo" - Na entrevista, Bacelar criticou setores do ambientalismo que, segundo ele, ignoram as necessidades das populações locais. “Fica fácil para quem mora no Sul e Sudeste cagar regra para quem vive no Norte e Nordeste, passando dificuldades, enquanto há uma riqueza ali que poderia ser utilizada de forma sustentável”, declarou.
Ele também destacou que a Petrobras possui tecnologia de ponta e histórico seguro na exploração offshore. “A Petrobras nunca teve um acidente ambiental de grandes dimensões em águas profundas e ultraprofundas. Está na hora do Brasil tomar uma posição sobre isso”, enfatizou. Confira a entrevista completa abaixo:
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