"Vai ter confusão na prisão do Bolsonaro? Vai nada, o Braga Netto ninguém nem fala mais", diz Kakay
Jurista afirmou que ex-presidente está isolado, que não haverá reação popular à sua prisão e defendeu a responsabilização de políticos e financiadores
247 - Em entrevista ao programa Horta da Verdade, da TV 247, o jurista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que Jair Bolsonaro deve ser preso até o fim de 2025 e que não haverá qualquer comoção popular diante desse desfecho. Para ele, o processo judicial seguirá seu curso normal, sem sobressaltos, e figuras como o general Braga Netto, uma vez condenadas, simplesmente desaparecerão do cenário político.
“Eu penso que até o final do ano esses aí estarão todos condenados e presos”, disse Kakay, ao comentar o andamento das ações penais decorrentes da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, “quando transitar em julgado, [Braga Netto] vai para a Papuda ou para Bangu. É assim que funciona. Ninguém vai ouvir falar mais dele”.
“Nenhuma pessoa foi cumprimentar Bolsonaro”
Kakay relatou um episódio vivido recentemente, que reforça, segundo sua análise, o esvaziamento da figura de Bolsonaro. “Eu estava hoje num restaurante almoçando, e entrou o Bolsonaro com a esposa, mais dois ou três seguranças. Na hora que ele foi embora, nenhuma pessoa levantou para cumprimentá-lo. Nenhuma pessoa. Oito pessoas pediram para tirar foto comigo. Ninguém foi nele. Na hora de ir embora, ele saiu sozinho”, contou.
Para o jurista, a ausência de apoio popular neste tipo de situação reflete uma realidade: “a política é extremamente cruel” com aqueles que perdem sua influência. Ele acredita que, quando a condenação de Bolsonaro for confirmada, haverá normalidade institucional. “Falam: ‘vai ter uma convulsão social’. Que convulsão social? São as instituições funcionando”, ironizou.
Punições incompletas e cobrança pós-prisão
Kakay também expressou preocupação com a ausência de responsabilização de outros envolvidos nos atos golpistas, além de Bolsonaro. “Ainda faltam os políticos e os financiadores. Nada justifica que, pelo que falavam, pelo menos 18 ou 20 políticos seriam denunciados. Não foram. Disseram que haveria grandes financiadores denunciados. Também não foram”.
Apesar disso, ele defende que as cobranças devem vir no momento certo: “No dia um depois que ele for preso vai ser a hora de nós, que temos liberdade de poder falar, começarmos a cobrar: por que não os políticos? Por que não os financiadores?”.
Contra anistias e pela pacificação com Justiça
Ao rebater discursos que pedem anistia ou indulto antes mesmo da condenação, Kakay foi enfático. “No momento em que o Supremo ainda está discutindo o processo, nem condenado o senhor Jair Bolsonaro está, e já estão querendo indulto e anistia. Isso desrespeita a democracia, a história recente do Brasil, o poder judiciário e o povo brasileiro”.
Para o jurista, a pacificação nacional só será possível com o encerramento completo dos processos criminais relacionados à tentativa de golpe. “O país só será pacificado com o fim desses processos criminais, com a condenação de quem tem que ser condenado pra gente poder mudar de página”, concluiu. Assista:
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