"Vender uma sentença destrói a democracia", diz Pedro Serrano sobre escândalo no Judiciário
Jurista aponta gravidade de corrupção no Judiciário e compara operação do MS à Lava Jato, destacando a necessidade de investigar autoridades envolvidas
247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Pedro Serrano discutiu a operação que afastou cinco desembargadores do Mato Grosso do Sul, acusados de venda de sentenças, um dos maiores escândalos desde a Lava Jato. Serrano destacou a gravidade da situação: "Vender uma sentença destrói a democracia, acaba com os direitos." Ele ressaltou que a corrupção no Judiciário é rara, mas quando ocorre, abala profundamente a confiança na justiça. "Quando o juiz se corrompe, destrói todo o sistema."
Segundo o jurista, o caso revela a infiltração do crime organizado em algumas instâncias do Judiciário, sendo ainda mais preocupante quando envolve autoridades de alto escalão, como o presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Para Serrano, "é surpreendente o número de pessoas envolvidas", reforçando que os diálogos vazados e as quantias de dinheiro encontradas tornam a situação especialmente alarmante.
Apesar da gravidade, Serrano pontua que esse tipo de escândalo é uma exceção dentro do Judiciário. Em São Paulo, por exemplo, ele afirmou que casos de corrupção são muito raros: "O padrão de remuneração dos juízes é bom, e a seleção é feita através de concursos difíceis". Para ele, a existência de operações como essa demonstra que o próprio sistema de justiça está atuando para corrigir suas falhas..
Serrano ainda discutiu a questão dos "clãs advocatícios", alertando para o risco ético de juízes que têm parentes atuando em tribunais. Ele elogiou exemplos como o de Ricardo Lewandowski, cujos filhos não advogaram em Brasília enquanto ele era ministro do Supremo Tribunal Federal. Sobre as denúncias de corrupção nos tribunais, Serrano afirmou: "Em São Paulo, não existe essa história de 'guichê' de corrupção", refutando boatos sobre esquemas institucionalizados de corrupção no Judiciário paulista.
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