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    Imane Khelif processa Elon Musk e J.K. Rowling por assédio virtual. Trump também poderá ser investigado

    Os envolvidos poderão ser condenados a cinco anos de prisão e pagar até 124 mil libras (R$ 1,5 milhão) em multas pelo crime

    Boxeadora Imane Khelif, da Argélia, com medalha de ouro conquistada em Paris 09/08/2024 (Foto: REUTERS/Peter Cziborra)

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    247 - A boxeadora argelina Imane Khelif, recentemente coroada com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, apresentou na terça-feira (13) uma denúncia formal às autoridades francesas contra o bilionário Elon Musk e a escritora britânica J.K. Rowling, acusando-os de assédio virtual e incitação ao ódio online.

    A promotoria francesa confirmou que uma investigação foi aberta pelo serviço nacional de combate ao ódio online, abrangendo acusações que incluem "ciberassédio devido ao gênero, injúria pública devido ao gênero, provocação pública à discriminação e injúria pública devido à origem", informa o jornal O Globo. Caso as acusações sejam comprovadas, os envolvidos podem enfrentar penas de prisão de até cinco anos e multas que podem chegar a 124 mil libras (aproximadamente R$ 1,5 milhão).

    Khelif, que se tornou alvo de difamação após uma vitória avassaladora contra a boxeadora italiana Angela Carini, viu sua reputação ser atacada por figuras públicas de grande influência. Elon Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter), compartilhou uma postagem polêmica que insinuava que homens não deveriam competir em esportes femininos, enquanto Rowling sugeriu que Khelif, uma mulher cisgênero, fosse na verdade um homem.

    As ações de ambos desencadearam uma onda de ataques nas redes sociais contra a atleta, que já havia enfrentado desafios semelhantes anteriormente. Em 2023, Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting foram desclassificadas do Campeonato Mundial feminino em Nova Deli, após a Federação Internacional de Boxe (IBA) aplicar testes de gênero considerados arbitrários. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) defendeu a participação de Khelif, reafirmando que ela sempre esteve dentro dos parâmetros estabelecidos para competir na categoria feminina.

    O advogado de Khelif, Nabil Boudi, declarou que sua cliente está determinada a buscar justiça. "Ela decidiu travar um novo combate: o da justiça, dignidade e honra", afirmou. Boudi também mencionou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ser implicado no caso devido a comentários transfóbicos que fez sobre a atleta em suas redes sociais.

    Apesar dos ataques, Khelif permanece firme. "Sou uma mulher forte com poderes especiais. Do ringue, enviei uma mensagem àqueles que estavam contra mim", declarou a campeã após conquistar o ouro em Paris. O caso agora segue sob investigação, e o desfecho pode estabelecer precedentes significativos na luta contra o assédio e a discriminação online.

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