Eletrobras interrompe repasses e ameaça irrigação no Vale do São Francisco, alerta Humberto Costa
A falta de recursos, segundo o parlamentar, resultou em cortes de energia por falta de pagamento, gerando protestos devido às perdas na produção e às limitações na área de operação
Agência Senado - O senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou preocupação, em pronunciamento no Plenário na terça-feira (21), com o sistema de supervisão de Itaparica, um arranjo produtivo que abrange dez municípios do sertão do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia , gerou US$ 1 bilhão com a exportação de frutas no ano passado. O senador explicou que, devido à privatização da Eletrobras, os repasses de recursos para custear as empresas dos perímetros de segurança foram interrompidos abruptamente.
Humberto Costa relatou que não há dinheiro para pagar a operação e a manutenção do Sistema Itaparica, principalmente em relação ao fornecimento de energia elétrica. A falta de recursos, segundo o parlamentar, resultou em cortes de energia por falta de pagamento, o que gerou protestos devido às perdas na produção e às limitações na área de operação e manutenção.
“É um sistema que gera 25 mil empregos, 177 toneladas de produtos e por onde circulam R$ 220 milhões em produção. O Vale do São Francisco, no semiárido nordestino, tem o primeiro e maior projeto público de transparência do Brasil, que movimenta mais de R$ 19 bilhões na região de Petrolina e Juazeiro, onde está o Sistema Itaparica, contribuidor desse resultado”, afirmou.
De acordo com o senador, o sistema consiste em perímetros irrigados criados como uma compensação ao deslocamento de situações ocasionadas pela construção das hidrelétricas de Sobradinho e Luiz Gonzaga. Ele observou que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) atua em dez projetos na região, sendo seis em quatro municípios pernambucanos, Petrolândia, Belém do São Francisco, Orocó e Santa Maria da Boa Vista. O Vale do São Francisco, ressaltou, abriga o maior projeto público de fiscalização do Brasil, e contribui significativamente para as exportações de uva e manga do país, que em 2023 atingirão US$ 1 bilhão.
“É nossa responsabilidade não deixar todo esse trabalho extraordinário de décadas ser desperdiçado, em prejuízo de milhares de pessoas que dependem dele para viver e gerar riqueza para o país. É urgente que cheguemos a uma solução sobre o tema, porque faltam empregos, produção, uma economia pujante e, sobretudo, a vida de muitas famílias de agricultores que vivem ali. Então, vamos trabalhar para sensibilizar o nosso governo com a finalidade de que cheguemos a uma solução para o problema de forma célere e definitiva”, disse.
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