França mostra que governos ultraliberais são parteiros do fascismo, diz Maringoni

247 – Em uma análise contundente das recentes eleições parlamentares na França, o professor Gilberto Maringoni, especialista em relações internacionais da Universidade Federal do ABC, apontou para a responsabilidade do presidente Emmanuel Macron no avanço da extrema-direita no país. "É cedo para uma interpretação final das eleições francesas, com clara supremacia ultraconservadora. Mas há algo a se ressaltar: a implosão do chamado centro liberal (Macron e Republicanos). Governos de austeridade ultraliberal são os parteiros da extrema-direita e do fascismo", afirmou Maringoni.

No último domingo, 30 de junho, o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições parlamentares francesas, conforme apontam as pesquisas de boca de urna realizadas por Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe. O RN obteve cerca de 34% dos votos, superando os rivais de esquerda e centristas, incluindo a aliança Juntos, do presidente Emmanuel Macron, que recebeu entre 20,5% e 23% dos votos. A coalizão de esquerda Frente Popular Nova conseguiu cerca de 29% dos votos.

Análise e Repercussão

A vitória do RN, embora ainda sujeita às negociações e resultados do segundo turno, representa um marco significativo na política francesa. Marine Le Pen e seu partido anti-imigração e eurocético estão a um passo de aumentar substancialmente sua representação na Assembleia Nacional. 

O professor Maringoni destaca que a implosão do centro liberal, representado por Macron e os Republicanos, abriu caminho para o crescimento da extrema-direita. Segundo ele, as políticas de austeridade e o enfoque ultraliberal do governo Macron não apenas alienaram a base eleitoral tradicional, mas também impulsionaram a narrativa populista e nacionalista promovida pelo RN. Confira: