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    Adoção do DeepSeek reflete força do mercado, dizem especialistas após bloqueio da NASA

    Apesar das restrições impostas por agências dos EUA, empresas de tecnologia continuam a integrar o modelo de IA chinês

    Deepseek (Foto: Reuters)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - O recente bloqueio do DeepSeek por parte da NASA, que seguiu a decisão do Pentágono de restringir o acesso à plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa, reacendeu o debate sobre a competição tecnológica entre China e Estados Unidos. A reportagem é do Global Times.

     A notícia foi divulgada pelo Global Times, que destacou que, apesar das restrições governamentais, o crescimento da empresa reflete uma escolha impulsionada pelo mercado e o reconhecimento de sua competência tecnológica.

    Em um memorando enviado na sexta-feira (26) aos funcionários da NASA, o chefe de IA da agência citou "preocupações de segurança nacional e privacidade" como justificativa para a proibição, argumentando que os servidores do DeepSeek operam fora dos Estados Unidos, conforme noticiado pela CNBC. Antes disso, o Bloomberg revelou que funcionários do Departamento de Defesa chegaram a conectar seus computadores de trabalho aos servidores da DeepSeek por pelo menos dois dias antes de o acesso ser bloqueado.

    Zhu Rongsheng, especialista do Centro de Segurança Internacional e Estratégia da Universidade Tsinghua, afirmou ao Global Times que a resposta dos EUA combina surpresa e ceticismo.
    "Há surpresa pelo fato de a China ter conseguido treinar modelos de IA avançados apesar dos controles de exportação impostos, e ceticismo quanto à eficácia das políticas americanas para limitar o avanço tecnológico chinês", disse Zhu.

    Xiao Yanghua, professor de ciência da computação da Universidade Fudan, avaliou que, quando os avanços tecnológicos da China começam a desafiar concorrentes dos EUA, o governo norte-americano tende a politizar a questão.

    "Isso reflete uma crescente falta de confiança por parte dos Estados Unidos diante dos desafios repetidos impostos por empresas chinesas na disputa tecnológica global", afirmou Xiao.
    Além dos Estados Unidos, outros países europeus também manifestaram preocupação. A autoridade de proteção de dados da Itália anunciou, na quinta-feira (25), o bloqueio dos serviços de IA da DeepSeek, citando falta de transparência sobre o tratamento de informações pessoais. 

    No dia seguinte, o governo da Holanda informou que investigará as práticas de coleta de dados da empresa chinesa, recomendando cautela aos usuários locais, segundo a Reuters.
    Apesar das sanções, a adoção da tecnologia da DeepSeek por grandes empresas do setor mostra uma realidade diferente. A Nvidia anunciou a integração do modelo DeepSeek-R1 com o Nvidia NIM, destacando suas "capacidades de raciocínio de última geração". O modelo também foi lançado pela Microsoft no Azure AI Foundry e no GitHub, com a empresa ressaltando que o DeepSeek-R1 é acessível em uma "plataforma confiável, escalável e pronta para o ambiente corporativo".

    O contraste entre o posicionamento das agências governamentais dos EUA e o entusiasmo da comunidade tecnológica é evidente.

    "Isso mostra que o setor de tecnologia dos EUA possui uma compreensão mais objetiva da abordagem open-source da DeepSeek, reconhecendo sua capacidade técnica", afirmou Li Baiyang, professor associado da Universidade de Nanjing.

    A TechTarget descreveu o impacto do modelo chinês como um "tsunami na indústria de tecnologia", destacando parcerias com gigantes como a Amazon Web Services (AWS) e a Cerebras Systems.

    "Esperamos ver muitos outros modelos, grandes e pequenos, proprietários e de código aberto, se destacando em diferentes tarefas", declarou a AWS.

    Para Xiao, o avanço do DeepSeek representa uma realidade que o mercado global precisa aceitar.

    "Sua resiliência diante das pressões políticas evidencia um diferencial comercial significativo", concluiu.

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