Americanos veem imigração como prioridade para Trump, aponta pesquisa da Reuters/Ipsos
Quatro em cada cinco acreditam que presidente eleito ordenará deportações em massa; opinião pública dividida sobre a medida
WASHINGTON, 7 de novembro (Reuters) – A imigração é vista como a questão mais urgente para o presidente eleito Donald Trump abordar em seus primeiros 100 dias de mandato, de acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos que foi concluída nesta quinta-feira. O levantamento, realizado logo após a confirmação da vitória do republicano, apontou que um em cada quatro americanos deseja que Trump dê prioridade à questão migratória.
Conduzida ao longo de dois dias, a pesquisa revelou que 25% dos entrevistados consideram que a imigração deve ser a principal prioridade de Trump após sua posse em 20 de janeiro, superando outros temas como desigualdade de renda (14%), impostos (12%), saúde, criminalidade, emprego e meio ambiente, que receberam menor atenção.
Expectativa de deportações em massa
A pesquisa também mostrou que 82% dos entrevistados acreditam que Trump ordenará deportações em massa de imigrantes vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. Essa expectativa é compartilhada por democratas e republicanos em proporções similares. Entre os democratas, 82% expressaram preocupação com a possível política, enquanto 40% dos independentes também se mostraram apreensivos. Por outro lado, cerca de 90% dos republicanos não demonstraram preocupação com a perspectiva de deportações em grande escala.
Durante sua campanha, Trump prometeu endurecer a política de imigração, incluindo a deportação em massa de imigrantes sem documentação, em um esforço que seu vice, JD Vance, estimou que poderia remover até 1 milhão de pessoas por ano. Trump frequentemente destacou crimes supostamente cometidos por imigrantes em situação irregular, embora diversos estudos indiquem que os imigrantes não cometem crimes em taxas superiores aos cidadãos nascidos nos EUA.
Operação de grande escala e reações divergentes
A equipe de Trump e seus apoiadores esperam que o presidente eleito convoque desde as forças armadas dos EUA até diplomatas no exterior para concretizar a promessa de deportações em massa. A estratégia também envolveria colaboração com estados governados por republicanos e o uso de financiamento federal como uma forma de pressão sobre jurisdições que resistissem à implementação das políticas.
Por outro lado, defensores dos direitos dos imigrantes alertam que a implementação dessas medidas seria custosa, divisiva e desumana, gerando um potencial conflito social e econômico.
As deportações em massa, se concretizadas, devem alimentar debates sobre direitos humanos e políticas de imigração, em um momento em que a divisão ideológica nos Estados Unidos se mostra cada vez mais evidente. As próximas ações de Trump nessa área, portanto, devem atrair intensa atenção tanto do público quanto da comunidade internacional.
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