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    Autoridades dos EUA se encontram em Damasco com grupo que está comandando Síria

    Os governos ocidentais estão gradualmente abrindo canais para os novos governantes de fato da Síria, liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham

    Celebração convocada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) em Damasco 20/12/2024 (Foto: REUTERS/Yamam Al Shaar)
    Bianca Penteado avatar
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    (Reuters) - Diplomatas norte-americanos em visita a Damasco realizaram as primeiras reuniões oficiais presenciais de Washington com os novos governantes de fato da Síria, liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, na sexta-feira, e discutiram com a ex-afiliada da Al Qaeda o futuro da transição política da Síria.

    Os Estados Unidos, outras potências ocidentais e muitos sírios ficaram satisfeitos ao ver as milícias lideradas pelo HTS derrubarem o presidente Bashar al-Assad, mas não está claro se o grupo imporá um governo islâmico rigoroso ou se mostrará flexibilidade e avançará em direção à democracia.

    Os governos ocidentais estão gradualmente abrindo canais para o HTS e seu líder Ahmed al-Sharaa, ex-comandante de uma franquia da Al Qaeda na Síria, e começando a debater se devem remover a designação terrorista do grupo. A viagem da delegação dos EUA ocorre após contatos com França e Reino Unido nos últimos dias.

    A principal diplomata do Departamento de Estado para o Oriente Médio, Barbara Leaf, o enviado presidencial para assuntos de reféns, Roger Carstens, e o conselheiro sênior Daniel Rubinstein, que agora tem a tarefa de liderar o compromisso do Departamento com a Síria, são os primeiros diplomatas dos EUA a viajar para Damasco desde o colapso do governo de Assad.

    "Eles se reuniram com representantes do HTS para discutir os princípios de transição endossados pelos Estados Unidos", disse um porta-voz do Departamento de Estado. "Eles também discutiram eventos regionais e o imperativo da luta contra o Isis", acrescentou o porta-voz.

    A delegação se envolveu com grupos da sociedade civil e membros de diferentes comunidades na Síria "sobre sua visão para o futuro de seu país e como os Estados Unidos podem ajudar a apoiá-los", afirmou o porta-voz.

    Dias após a destituição de Assad, os Estados Unidos delinearam um conjunto de princípios, como a inclusão e o respeito aos direitos das minorias, que Washington deseja incluir na transição política da Síria.

    A delegação também trabalhou para descobrir novas informações sobre o jornalista norte-americano Austin Tice, que foi levado para cativeiro durante uma viagem de reportagem à Síria em 2012, e outros cidadãos dos EUA que desapareceram durante o governo de Assad.

    Uma entrevista coletiva havia sido agendada com as autoridades norte-americanas, mas um comunicado emitido em nome de Leaf informou que ela foi cancelada por questões de segurança, sem fornecer detalhes.

    Os EUA cortaram relações diplomáticas com a Síria e fecharam sua embaixada em Damasco em 2012.

    Os rebeldes sírios assumiram o controle de Damasco em 8 de dezembro, forçando Assad a fugir após mais de 13 anos de guerra civil e pondo fim ao governo de décadas de sua família.

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