Boeing 737-800, que explodiu na Coreia do Sul, representa 15% da frota mundial de aviões comerciais
"O avião em questão é muito seguro e possui um bom histórico de segurança", garante Najmedin Meshkati, professor da Universidade do Sul da Califórnia
247 - Um trágico acidente envolvendo um Boeing 737-800 da Jeju Air abalou a Coreia do Sul neste domingo (29). A aeronave, que transportava 181 pessoas, explodiu após sair da pista e colidir com um muro no Aeroporto Internacional de Muan, resultando em pelo menos 176 mortes. Segundo o The New York Times, em reportagem repercutida pelo jornal O Globo, este modelo de aeronave representa cerca de 15% da frota global de aviões comerciais, com 4,4 mil unidades em operação mundialmente, com base em levantamento da Cirium, provedora de dados de aviação.
O 737-800 é amplamente utilizado em rotas na Ásia, Europa e América do Norte, sendo operado por quase 200 companhias aéreas, incluindo a Jeju Air, T’way Air, Jin Air, Eastar Jet e Korean Air na Coreia do Sul. Esse modelo faz parte da linha Next-Generation da Boeing, que precede o 737 Max, conhecido por seus acidentes fatais em 2018 e 2019. "O avião em questão é muito seguro e possui um bom histórico de segurança", afirmou Najmedin Meshkati, professor de engenharia da Universidade do Sul da Califórnia, especialista em segurança da linha 737.
Aeronave de 15 anos e histórico de manutenção - De acordo com o site Flightradar24, o Boeing 737-800 envolvido no acidente tinha 15 anos de uso e era originalmente operado pela Ryanair, na Europa, antes de ser arrendado para a Jeju Air em 2017 pela SMBC Aviation Capital. Especialistas ressaltam que aviões bem mantidos podem operar com segurança por até 30 anos. No entanto, Meshkati enfatizou que "a manutenção é realmente uma das causas mais importantes de acidentes na aviação".
A possibilidade de uma falha no trem de pouso foi apontada como uma das causas em análise. Investigadores também consideram a hipótese de colisão com pássaros, um risco conhecido na aviação. O Aeroporto de Muan utiliza métodos como reprodução de sons de socorro e até o abate de pássaros para minimizar esses eventos, conforme informações do Escritório Coreano de Aviação Civil.
Investigação e apoio da Boeing - A Boeing declarou que está colaborando com a Jeju Air e as autoridades locais para entender o que levou ao desastre. Colisões com pássaros, embora comuns, raramente resultam em acidentes fatais, mas podem causar danos significativos, como trincas em para-brisas ou falhas mecânicas críticas.
Especialistas alertam que acidentes dessa magnitude raramente têm uma única causa. Meshkati reiterou que investigações detalhadas podem levar anos para identificar todos os fatores envolvidos, destacando a importância de evitar conclusões precipitadas.
Contexto global do modelo 737-800 - Desde 1998, cerca de 5 mil unidades do Boeing 737-800 foram entregues a operadores globais. Apesar de seu histórico de segurança amplamente positivo, o acidente na Coreia do Sul reacende debates sobre manutenção adequada e os desafios enfrentados por companhias aéreas que utilizam frotas mais antigas.
A tragédia em Muan ressalta a necessidade contínua de monitoramento rigoroso e manutenção preventiva na aviação comercial. A comunidade global aguarda respostas detalhadas que possam evitar novas perdas humanas e garantir a confiança nos céus.
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