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      'BRICS deve estar aberto para receber mais países, mas não pode se expandir indefinidamente', diz Celso Amorim

      "A gente não pode perder a especificidade do BRICS que é essa capacidade de agir coletivamente e de realizar uma cooperação real", disse o diplomata

      O assessor especial de Lula, Celso Amorim - 5/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, afirmou que o BRICS deve estar aberto para receber mais países, mas que "não pode se expandir indefinidamente", para evitar a "coesão" entre os países que integram o bloco.

      "Acho que o BRICS tem que ter uma abertura, e os países em desenvolvimento têm que se sentir representados. Mas, operacionalmente, não pode se expandir indefinidamente porque, para atuar concretamente em questões importantes, tem que manter uma certa coesão", disse o diplomata em entrevista ao site oficial do BRICS, de acordo com o g1. "A gente não pode perder a especificidade do Brics, que é essa capacidade de agir coletivamente e de realizar uma cooperação real", completou.

      Desde sua formação, o grupo passou por transformações significativas. Inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia e China, o bloco passou a se chamar BRICS com a entrada da África do Sul. Em 2023, o movimento de ampliação incluiu seis novos países – entre eles Irã, Egito e Etiópia –, enquanto a Argentina desistiu da adesão após a posse do presidente de extrema direita, Javier Milei.

      Em 2024, a criação da categoria de países parceiros possibilitou a entrada de outras nações, como Cuba, Bolívia, Tailândia, Nigéria e Malásia, permitindo que, mesmo com status inferior ao dos membros efetivos, esses países participem de reuniões temáticas e cúpulas.

      Especialistas em relações internacionais, consultados pela Globonews e pelo g1, apontam que tais ampliações podem expandir as áreas de influência geopolítica de grandes potências como Rússia e China. Segundo esses analistas, a inclusão de países como Cuba e Bolívia, embora não gere um impacto econômico direto para os membros efetivos, amplia o contato da América Latina com Moscou e Pequim, contribuindo para uma reconfiguração das relações globais.

      Quando perguntado se o BRICS poderia ser interpretado como um bloco "antiocidente", Amorim desmentiu tal visão. "Não são muitos países que têm essa capacidade de diálogo, haverá alguns, mas não muitos. Como é que se pode dizer que o Brasil é contra o ocidente se acabamos de concluir um acordo na área econômica com a União Europeia? Não tem cabimento. Ter uma subordinação a um determinado país líder, isso nós não queremos", afirmou.

      O posicionamento de Celso Amorim ecoa as declarações do embaixador Maurício Lyrio, negociador-chefe do Brasil no BRICS, que classificou como "completamente equivocada" a ideia de que o grupo seria formado para se opor aos Estados Unidos.

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