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Campanha paga por Israel criou contas falsas em redes sociais para angariar apoio dos EUA na guerra contra palestinos

Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel teria alocado cerca de US$ 2 milhões para a operação e contratou a Stoic, uma empresa de marketing político, para realizá-la

Militares israelenses avançam em uma estrada no sul de Israel, enquanto foguetes são lançados da Faixa de Gaza, nos arredores de Sderot, em 7 de outubro de 2023. (Foto: REUTERS/Ammar Awad)

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Sputnik - Tel Aviv organizou e pagou por uma campanha de influência no ano passado visando legisladores dos Estados Unidos e a população norte-americana com mensagens pró-Israel, a fim de promover apoio às suas ações na Faixa de Gaza, de acordo com autoridades envolvidas no assunto, citadas pelo The New York Times.

A campanha secreta foi encomendada pelo Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel, um órgão governamental que conecta judeus de todo o mundo com o Estado de Israel, disseram quatro autoridades israelenses, ouvidas pelo jornal.

A pasta teria alocado cerca de US$ 2 milhões (R$ 10,59 milhões) para a operação e contratou a Stoic, uma empresa de marketing político em Tel Aviv, para realizá-la.

A campanha supostamente se baseou em "centenas de contas falsas se passando por norte-americanos reais", que postaram conteúdo pró-Israel em diversas plataformas de mídia social, incluindo X (antigo Twitter), Facebook e Instagram (as duas últimas são plataformas proibidas na Rússia por extremismo).

Ainda segundo a mídia, as contas falsas concentraram-se especialmente em legisladores democratas negros – como o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, e o senador Raphael Warnock – e fizeram publicações instando-os a continuar a financiar o esforço de guerra de Israel no enclave palestino.

O jornal também afirma que a campanha continua ativa no X e conta com conteúdo gerado pelo chatbot ChatGPT da OpenAI.

Na semana passada, tanto a Meta (as atividades da Meta são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas) quanto o OpenAI divulgaram relatórios separados de avaliação de ameaças, dizendo que haviam reprimido operações secretas de influência dirigidas por Stoic.

Em seu relatório trimestral sobre ameaças, a Meta disse que removeu 510 contas, 11 páginas e um grupo no Facebook, juntamente com 32 contas do Instagram originárias de Israel por "comportamento inautêntico coordenado"

O relatório da Meta disse que a rede Stoic "comentou nas páginas do Facebook de organizações de mídia locais e internacionais e de figuras políticas e públicas, incluindo legisladores dos EUA. Seus comentários incluíam links para os sites da operação e muitas vezes recebiam respostas críticas de usuários autênticos, chamando-os de propaganda", escreve o jornal.

No entanto, um ex-engenheiro da Meta processou a empresa em um tribunal estadual da Califórnia, alegando que a gigante de mídia social o demitiu por tentar consertar bugs que suprimiam postagens palestinas no Instagram, informou a Reuters na terça-feira (4).

Ferras Hamad, que é palestino-americano, alega que a empresa é tendenciosa no tratamento do conteúdo relacionado à guerra em Gaza.

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