Confiança do consumidor nos EUA desaba em abril com temor inflacionário no maior nível desde 1981
Expectativa de inflação para um ano sobe para 6,7% e índice de confiança atinge segunda pior marca desde 1952, segundo Universidade de Michigan
247 - O sentimento de confiança econômica do consumidor norte-americano registrou uma forte queda em abril, em meio à escalada das expectativas inflacionárias. De acordo com levantamento da Universidade de Michigan, divulgado nesta sexta-feira (11) e repercutido pela CNBC, o índice de confiança caiu para 50,8 pontos, contra 57,0 em março.
O número ficou bem abaixo da estimativa consensual do mercado, que previa 54,6 pontos, e representa a segunda pior leitura da série histórica iniciada em 1952 — perdendo apenas para o recorde negativo de junho de 2022.
A pesquisa revela que os consumidores dos Estados Unidos estão cada vez mais apreensivos diante do aumento do custo de vida. A expectativa de inflação para os próximos 12 meses saltou de 5% em março para 6,7% em abril, alcançando o maior patamar desde novembro de 1981. Para o horizonte de cinco anos, a projeção também aumentou, passando de 4,1% para 4,4% — a mais elevada desde junho de 1991.
Além disso, outros indicadores também mostraram deterioração. O índice que mede as condições econômicas atuais recuou 11,4%, para 56,5 pontos, enquanto a avaliação das expectativas caiu para 47,2 pontos, uma queda de 10,3%. Na comparação anual, essas medidas recuaram 28,5% e 37,9%, respectivamente.
A diretora da pesquisa, Joanne Hsu, destacou que "os consumidores relatam múltiplos sinais de alerta que aumentam o risco de recessão: expectativas quanto às condições de negócios, finanças pessoais, rendimentos, inflação e mercado de trabalho continuam a se deteriorar neste mês". Ela também observou que a queda de confiança foi generalizada entre todas as faixas etárias, níveis de renda e orientações políticas.
Outro dado preocupante apontado pelo levantamento foi a percepção crescente de risco de desemprego, no nível mais alto desde 2009. A preocupação ocorre num momento em que há apreensão nos mercados quanto ao impacto das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que podem impulsionar ainda mais a inflação e desacelerar o crescimento econômico.
Apesar disso, indicadores de preços ao consumidor e ao produtor divulgados na mesma semana sinalizaram certo alívio inflacionário em março. Contudo, economistas e autoridades do Federal Reserve alertam que as expectativas dos consumidores, se não controladas, podem influenciar o comportamento real dos preços.
A pesquisa da Universidade de Michigan foi realizada entre 25 de março e 8 de abril — um dia antes de Trump anunciar a suspensão temporária, por 90 dias, da imposição de tarifas agressivas a dezenas de parceiros comerciais dos EUA.
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