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      Deportações em massa nos EUA esbarram em dificuldades logísticas e impacto econômico

      Apesar da retórica dura de Trump, números mostram que ações concretas estão aquém do prometido pelo governo

      Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Nathan Howard / Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Desde o início de seu segundo mandato, Donald Trump tem intensificado a retórica sobre a deportação em massa de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos. O tema, central em sua campanha, foi amplamente propagado por sua administração como uma resposta ao que chama de "crise migratória". No entanto, uma análise do The Economist mostra que, apesar do tom agressivo, as deportações efetivas ainda estão muito abaixo das expectativas criadas pelo próprio governo.

      Segundo dados levantados pela reportagem, as operações conduzidas pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE) registram uma média de 900 prisões por dia. Embora esse número represente um aumento em relação à administração anterior, ainda está distante dos picos históricos registrados no próprio governo Trump durante seu primeiro mandato. Além disso, os esforços do presidente para envolver forças policiais estaduais e locais na implementação dessas deportações não têm sido plenamente eficazes. O governador do Texas, Greg Abbott, por exemplo, manifestou apoio e direcionou agências estaduais para auxiliar nas operações federais, mas o impacto dessas medidas permanece incerto.

      A promessa de deportações em massa, amplificada pelo governo em discursos e campanhas, gerou um efeito imediato entre as comunidades imigrantes: o medo. Relatos de ativistas e organizações de defesa dos direitos dos imigrantes apontam para um aumento do receio entre aqueles que vivem em situação irregular – e até mesmo entre aqueles com status legal temporário. "O pânico tomou conta das comunidades", afirmam representantes de grupos de apoio, destacando que muitos dos detidos pelo ICE não possuem condenações criminais graves, ao contrário do que prega o discurso oficial.

      Além das dificuldades operacionais, há um outro obstáculo para a concretização da estratégia de Trump: o impacto econômico. Economistas alertam que uma deportação em larga escala pode desestruturar setores inteiros da economia norte-americana, como a construção civil, a agricultura e os serviços, que dependem fortemente da mão de obra imigrante. Com a escassez de trabalhadores, os custos podem subir e afetar a cadeia de suprimentos de maneira irreversível. O próprio custo de implementação de deportações em grande escala também representa um desafio, uma vez que operações desse porte exigem amplos recursos logísticos e financeiros.

      A insistência do governo Trump em avançar com sua política migratória rígida pode ainda gerar mais resistência judicial. Muitas das ordens executivas emitidas até agora encontram barreiras legais e devem ser contestadas em tribunais federais, o que pode retardar ou até inviabilizar algumas das medidas planejadas.

      No balanço atual, as ações concretas do governo estão longe da grandiosidade prometida nos palanques e pronunciamentos oficiais. O impacto psicológico entre os imigrantes é inegável, mas os desafios burocráticos, legais e econômicos sugerem que as deportações em massa podem não se concretizar na escala alardeada por Trump.

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