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    Desafio eleitoral nos EUA, imigração tem potencial econômico de US$ 7 trilhões até 2034

    Aumento nas entradas na fronteira desafia Biden, mas impulsiona economia com consumo e mercado de trabalho aquecidos

    (Foto: REUTERS/Mike Blake)

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    247 - Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o fechamento temporário da fronteira com o México para solicitantes de asilo, provocando críticas que o comparam ao seu antecessor, Donald Trump. Ao contrário de Trump, cujas ações foram barradas na Justiça, Biden enfrenta uma crescente pressão devido ao aumento das entradas na fronteira. Entretanto, estudos revelam que a chamada "crise migratória" pode, na verdade, trazer um enorme benefício econômico ao país, destaca o jornal O Globo. Projeções do Departamento de Orçamento do Congresso (CBO) indicam que a absorção de mão de obra estrangeira pode adicionar US$ 7 trilhões ao PIB americano e US$ 1 trilhão às receitas federais até 2034.

    A imigração, vista como um ponto fraco do governo Biden, bateu recorde em dezembro com 370 mil entradas na fronteira. Esse aumento não apenas aqueceu o mercado de trabalho, mas também fomentou o consumo, conforme apontado em um estudo do Hamilton Project baseado em dados do CBO.

    Segundo Roberto Spighel, especialista em migração e CEO da SG Global Group, embora haja custos iniciais, como aumento das despesas com educação e saúde, os benefícios econômicos a longo prazo superam essas despesas. "A mão de obra imigrante ajudou a preencher o boom de vagas disponíveis na economia americana pós-pandemia", explica Spighel, destacando também o aumento na procura por bens e serviços e a contribuição para as receitas fiscais. "Imigrantes frequentemente ocupam empregos que são menos atrativos para os trabalhadores nativos, ajudando a manter a competitividade de setores essenciais como agricultura, construção e serviços."

    Spighel sugere que a situação dos solicitantes de asilo poderia ser resolvida com leis que facilitem sua documentação e consequente contribuição financeira ao país. Atualmente, migrantes nessa situação podem trabalhar legalmente somente 150 dias após o pedido de asilo, o que muitas vezes os empurra para a informalidade, elevando os custos com políticas assistenciais. Apesar dos desafios, há inúmeros exemplos de imigrantes que impulsionaram a economia americana. A revista Fortune destaca que 44% das 500 maiores empresas dos EUA foram fundadas por imigrantes ou seus filhos.

    O censo de 2020 revelou o menor crescimento populacional nos EUA desde a Grande Depressão, com um aumento significativo na quantidade de adultos e uma queda no número de crianças, refletindo a baixa natalidade. A imigração, segundo o CBO, tornou-se o principal impulsionador do crescimento populacional, crucial para mitigar os desafios econômicos e sociais do envelhecimento da população nativa. "A imigração desempenha um papel crucial na redução da pressão sobre os sistemas de previdência social e saúde", afirma Spighel, destacando que imigrantes legais pagam mais impostos do que recebem de benefícios, contribuindo desproporcionalmente para a previdência dos americanos aposentados.

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