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    Em compasso de espera, Itamaraty se prepara para eventual repatriação de brasileiros no Líbano

    Ministro Mauro Vieira discutiu com o chanceler sírio possíveis rotas de refúgio e retirada de estrangeiros diante dos ataques de Israel ao Líbano

    Mauro Vieira e Bassam Sabbag (Foto: Reprodução/Bluesky/@itamaratygovbr.bsky.social)

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    247 - Nas últimas semanas, o Ministério das Relações Exteriores tem trabalhado em planos para uma possível repatriação dos brasileiros que vivem no Líbano, à medida que o conflito entre Israel e o Hezbollah escala. Embora a situação esteja sendo monitorada de perto, a avaliação atual é de que ainda não há necessidade imediata de evacuação, e o governo brasileiro quer evitar a criação de um clima de pânico, segundo Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo

    Desde o início dos ataques israelenses ao Líbano, o Itamaraty tem mantido contatos discretos com os governos do Líbano e da Síria, além de ter discutido com o Ministério da Defesa sobre uma eventual evacuação. Nenhum país, até o momento, iniciou operações formais para retirar seus cidadãos da região, apesar dos crescentes alertas consulares.

    O caso do Líbano apresenta desafios e oportunidades diferentes em comparação com a recente repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza. Em Gaza, cujas fronteiras são rigidamente controladas por Israel, as negociações para a retirada dos 32 brasileiros e palestinos levaram mais de um mês. No entanto, o aeroporto de Beirute, capital libanesa, permanece aberto e funcional, o que facilita a saída de cidadãos por meio de voos comerciais — embora enfrentando atrasos e cancelamentos devido à demanda crescente. Para o governo brasileiro, a manutenção dessas opções de saída é fundamental no momento, o que justifica a cautela em acionar um plano formal de repatriação.

    Contudo, caso a situação se deteriore, o Itamaraty está pronto para atuar. Atualmente, a diplomacia brasileira está em contato com a comunidade de aproximadamente 21 mil brasileiros no Líbano, levantando informações sobre aqueles que desejam deixar o país. Um alerta consular emitido em 25 de agosto já havia recomendado que os brasileiros evitassem viagens ao Líbano e que aqueles presentes no país considerassem partir até que a situação se normalize.

    Em um esforço diplomático para lidar com a crise e buscar soluções de evacuação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se na quinta-feira (27) com o chanceler da Síria, Bassam Sabbag, em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. O Itamaraty divulgou que os dois diplomatas discutiram “a relação bilateral, a crise humanitária e de reféns em Gaza, e as perspectivas de alastramento regional do conflito, em especial no Líbano e na Síria”. Entretanto, segundo apuração feita por Gerson Camarotti, do g1, o encontro também abordou possíveis rotas de refúgio e retirada de estrangeiros no Líbano, especialmente através da Síria.

    Com Israel bombardeando o sul do Líbano, fronteira com o norte de Israel, e o Hezbollah retaliando com força, uma das rotas mais seguras para a evacuação poderia ser pela capital síria, Damasco. A cidade está localizada a cerca de 40 quilômetros da fronteira libanesa e a pouco mais de 110 quilômetros de Beirute. Mesmo com o conflito civil na Síria ainda em curso, essa alternativa está sendo cogitada como viável.

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