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      Embate entre Trump e Zelensky gera temor de abandono da Ucrânia pela comunidade internacional

      Com os EUA dando sinais de que podem interromper a ajuda financeira e militar, ucranianos esperam mais suporte de aliados europeus

      Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: Reuters/Brian Snyder)
      Redação Brasil 247 avatar
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      Reuters - Os ucranianos enfrentaram uma nova realidade alarmante neste sábado, após um confronto na Casa Branca entre o presidente Volodymyr Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levar as relações entre Kiev e seu principal apoiador militar a um nível inédito de tensão.  

      O embate de sexta-feira girou em torno de visões divergentes sobre como encerrar a invasão russa, que já dura três anos. Enquanto Zelensky busca garantias sólidas de segurança, a administração Trump tem adotado uma abordagem diplomática em relação ao presidente russo, Vladimir Putin.  

      Muitos ucranianos, já endurecidos pelos anos de guerra, demonstraram apoio a Zelensky, mas também manifestaram preocupação com o futuro da assistência militar dos EUA, à medida que as forças russas, maiores e mais bem equipadas, avançam pelo leste do país.  

      "Trump e Putin estão dividindo o mundo – é o que eu diria. Não sei o que vai acontecer", disse Liudmyla Stetsevych, de 47 anos, moradora de Kiev.  

      No entanto, ela e outros ucranianos entrevistados pela Reuters expressaram esperança de que os aliados europeus do país intensifiquem o apoio político e militar caso os Estados Unidos reduzam sua ajuda.  

      "Somos realmente muito gratos aos EUA pelo apoio que recebemos todo esse tempo e continuamos recebendo, mas nossa dignidade e honra devem vir em primeiro lugar", afirmou Alina Zhaivoronko, em meio a um mar de pequenas bandeiras no centro de Kiev em homenagem aos mortos na guerra.  

      "Os americanos não conhecem a realidade do que está acontecendo aqui", disse Ella Kazantseva, de 54 anos, natural do leste da Ucrânia. "Eles não entendem. Para eles, tudo parece bonito."  

      Líderes europeus também saíram em defesa de Zelensky após a disputa de sexta-feira, demonstrando apoio nas redes sociais.  

      Zelensky se reunirá com Starmer - O parlamentar ucraniano Andrii Osadchuk afirmou que não ficou surpreso com o tom adotado por Trump e Vance e que isso reforça a necessidade de os parceiros ocidentais de Kiev assumirem um papel mais ativo.  

      Altos funcionários, incluindo Zelensky, têm defendido que a resistência da Ucrânia à invasão russa é essencial para a segurança da Europa como um todo.  

      "Não apenas muito, mas provavelmente tudo dependerá da Europa – tanto para si mesma quanto para a Ucrânia", declarou Osadchuk à Reuters.  

      Zelensky se reunirá neste sábado com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, segundo informou o gabinete do líder britânico. O encontro ocorrerá antes de uma cúpula mais ampla de líderes europeus em Londres no domingo, onde será discutida uma possível garantia de segurança para qualquer acordo de paz entre Moscou e Kiev.  

      Líderes da União Europeia também devem se encontrar no final da próxima semana para debater um aumento nos gastos com defesa.  

      Em um artigo publicado no início deste sábado, o veículo ucraniano European Pravda afirmou que, apesar do potencial impacto negativo do atrito entre Zelensky e os líderes dos EUA, o episódio enviou um sinal poderoso sobre o quanto a Ucrânia leva a sério sua soberania.  

      "Independentemente de para onde a história nos levar, o mundo – incluindo Donald Trump – percebeu que essas questões realmente importam para a Ucrânia", escreveu o jornal.  

      Enquanto isso, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou neste sábado que a Rússia está disposta a negociar uma solução para a crise ucraniana, mas apenas "de acordo com as realidades no terreno", segundo a agência estatal RIA Novosti. Atualmente, Moscou ocupa cerca de um quinto do território ucraniano.  

      Medvedev também declarou que a Rússia está aberta ao diálogo sobre um possível acordo de paz, mas somente com aqueles que "estejam dispostos a se comunicar".

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