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    EUA e Reino Unido bombardeiam capital do Iêmen com 'bombardeiros furtivos' pela primeira vez

    Ação militar ocorre em meio à solidariedade do país com a Palestina e o Líbano, vítimas de Israel

    Bombardeiro em Sanaã, capital do Iêmen (Foto: Reprodução/X/@PalHighlight)

    247 - A capital do Iêmen, Sanaã, foi alvo de uma série de bombardeios realizados por aviões de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido, nesta quinta-feira (17), marcando um novo capítulo no conflito iemenita. Os ataques acontecem em meio à crescente solidariedade do Iêmen com os palestinos na Faixa de Gaza e com o Líbano, em resposta às ofensivas de Israel. As informações foram divulgadas pela rede de televisão iemenita al-Masirah, ligada às forças houthis, e pela PressTV.

    De acordo com o canal, a agressão anglo-americana atingiu as áreas de al-Hafa e Jirban, ao norte e sul da capital, com seis ataques aéreos. Além disso, a cidade de Sadah, no noroeste do país, e as regiões de Kahlan e al-Abla, a leste de Sadah, também foram bombardeadas. O uso de bombardeiros B-2 furtivos, pela primeira vez no conflito iemenita, foi confirmado pelas autoridades locais e divulgado por agências de notícias, como a Saba Net, que reportou um total de 15 ataques aéreos nas províncias de Sanaã e Sadah.

    Segundo um oficial de defesa dos EUA, citado pela CNN, as investidas com os bombardeiros B-2 são justificadas pela presença de sistemas de defesa aérea avançados nas áreas atingidas. A aeronave B-2, com capacidade para transportar uma carga maior de bombas, é uma plataforma maior e mais poderosa que os caças tradicionalmente usados no Iêmen.

    Nasreddin Amer, vice-ministro da Informação da administração baseada em Sanaã, condenou veementemente os ataques, afirmando que "a posição da nação iemenita em relação à Palestina e ao Líbano não mudará com esses ataques". Ele ressaltou ainda que os Estados Unidos "pagarão o preço" pela agressão ao país.

    Os bombardeios recentes seguem uma escalada de ataques aéreos na região, incluindo quatro bombardeios realizados por forças dos EUA e do Reino Unido no distrito de al-Luhayyah, na província de Hudaydah, no oeste do Iêmen, na terça-feira, e outros dois ataques aéreos na região de al-Salif, um dia antes.

    Desde o início do genocídio em Gaza, em outubro de 2023, o Iêmen tem demonstrado apoio aberto à causa palestina. O país condenou os ataques israelenses e se posicionou a favor da resistência palestina, em meio à operação "Dilúvio de Al-Aqsa", lançada contra Israel. A postura pró-Palestina também inclui o Líbano, que tem sofrido intensas ofensivas israelenses nos últimos meses, resultando em mais de 2,3 mil mortes no país.

    Os números da tragédia em Gaza são alarmantes. Segundo autoridades palestinas, pelo menos 42 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortas até agora nos bombardeios israelenses, e 99 mil ficaram feridas. Israel, por sua vez, intensificou seus ataques aéreos e terrestres, ignorando apelos internacionais por cessar-fogo, enquanto o conflito segue com desfecho incerto.

    A intervenção militar dos EUA e do Reino Unido no Iêmen, por sua vez, é mais uma peça no complexo tabuleiro geopolítico da região, onde os interesses estratégicos se cruzam com o sofrimento das populações civis.

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