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    EUA vetam resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre cessar-fogo em Gaza

    O embaixador adjunto dos EUA na ONU disse que Washington havia deixado claro que só apoiaria uma resolução que exigisse a libertação imediata de reféns

    Israel bombardeia Gaza (Foto: Prensa Latina )

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    20 de novembro (Reuters) - Os Estados Unidos vetaram na quarta-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo em Gaza, atraindo críticas à administração Biden por bloquear novamente uma ação internacional destinada a interromper a guerra de Israel com o Hamas.

    O conselho de 15 membros votou uma resolução apresentada por 10 membros não permanentes que pedia um "cessar-fogo imediato, incondicional e permanente" no conflito de 13 meses e, separadamente, exigia a libertação de reféns. Apenas os EUA votaram contra, usando seu poder de veto como membro permanente para bloquear a resolução.

    Robert Wood, embaixador adjunto dos EUA na ONU, disse que Washington havia deixado claro que só apoiaria uma resolução que exigisse explicitamente a libertação imediata de reféns como parte de um cessar-fogo.

    "Um fim duradouro para a guerra deve vir com a libertação dos reféns. Esses dois objetivos urgentes estão inextricavelmente ligados. Esta resolução abandonou essa necessidade e, por essa razão, os Estados Unidos não puderam apoiá-la", disse ele.

    Wood afirmou que os EUA buscaram um compromisso, mas o texto da resolução proposta teria enviado uma "mensagem perigosa" ao grupo militante palestino Hamas de que "não há necessidade de voltar à mesa de negociações".

    A campanha de Israel em Gaza já matou quase 44.000 pessoas e deslocou quase toda a população do enclave pelo menos uma vez. A campanha foi lançada em resposta a um ataque de combatentes liderados pelo Hamas que mataram 1.200 pessoas e capturaram mais de 250 reféns em Israel em 7 de outubro de 2023.

    Os membros criticaram fortemente os EUA por bloquear a resolução apresentada pelos 10 membros eleitos do conselho: Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça.

    "É profundamente lamentável que, devido ao uso do veto, este conselho mais uma vez tenha falhado em cumprir sua responsabilidade de manter a paz e a segurança internacionais", disse a embaixadora de Malta na ONU, Vanessa Frazier, após a votação fracassar, acrescentando que o texto da resolução "estava longe de ser maximalista".

    "Representava o mínimo necessário para começar a abordar a situação desesperadora no terreno", afirmou.

    Especialistas em segurança alimentar alertaram que a fome é iminente entre os 2,3 milhões de habitantes de Gaza.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, que deixa o cargo em 20 de janeiro, ofereceu forte apoio diplomático a Israel e continuou a fornecer armas para a guerra, enquanto tentava, sem sucesso, negociar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas que veria reféns libertados em troca de palestinos detidos por Israel.

    Após bloquear resoluções anteriores sobre Gaza, Washington em março se absteve de uma votação que permitiu a aprovação de uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato.

    Um alto funcionário dos EUA, que falou com jornalistas sob condição de anonimato antes da votação de quarta-feira, disse que o Reino Unido havia apresentado uma nova linguagem que os EUA teriam apoiado como compromisso, mas que foi rejeitada pelos membros eleitos.

    Alguns membros estavam mais interessados em provocar um veto dos EUA do que em comprometer-se com a resolução, disse o funcionário, acusando os adversários dos EUA, Rússia e China, de encorajarem esses membros.

    'Luz verde'

    O embaixador da França, Nicolas de Rivière, disse que a resolução rejeitada pelos EUA "exigia muito firmemente" a libertação de reféns.

    "A França ainda tem dois reféns em Gaza, e lamentamos profundamente que o Conselho de Segurança não tenha conseguido formular essa exigência", afirmou.

    O embaixador da China na ONU, Fu Cong, disse que cada vez que os Estados Unidos exercem seu veto para proteger Israel, o número de mortos em Gaza aumenta constantemente.

    "Quantas mais pessoas precisam morrer antes que eles acordem de seu sono fingido?" perguntou ele.

    "A insistência em estabelecer uma condição prévia para o cessar-fogo equivale a dar luz verde para continuar a guerra e a condescender com as mortes contínuas."

    O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse antes da votação que o texto não era uma resolução pela paz, mas sim "uma resolução para apaziguar" o Hamas.

    "A história lembrará quem ficou ao lado dos reféns e quem os abandonou", afirmou Danon.

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