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    Ex-premiê de Bangladesh diz ter sido vítima de golpe articulado pelos EUA em meio a disputa por território

    Hasina teria se recusado a entregar aos EUA a soberania da Ilha de Saint Martin, na Baía de Bengala, um ponto geopolítico de grande importância

    Sheikh Hasina (Foto: Reuters)

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    247 - Em meio a uma crise política que abalou Bangladesh, a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, atualmente refugiada na Índia, fez acusações graves contra os Estados Unidos, afirmando que foi forçada a deixar o poder por se recusar a entregar a soberania da Ilha de Saint Martin, relata o The Economist Times. Segundo Hasina, essa ilha estratégica permitiria aos EUA exercer influência sobre a Baía de Bengala, um ponto geopolítico de grande importância.

    Hasina, que deixou o cargo para evitar o que descreveu como "um derramamento de sangue", divulgou uma mensagem através de seus aliados, na qual detalhou os motivos que a levaram a tomar essa decisão. "Eu renunciei para não ter que assistir ao desfile de corpos nas ruas. Eles queriam chegar ao poder sobre os corpos dos estudantes, mas eu não permiti. Poderia ter permanecido no poder se tivesse cedido a soberania da Ilha de Saint Martin e permitido que os EUA tivessem controle sobre a Baía de Bengala", declarou.

    A ex-premiê também fez um apelo aos cidadãos de Bangladesh, alertando-os para não se deixarem manipular por radicais. "Peço ao povo do meu país: não se deixem enganar por extremistas. Se eu tivesse permanecido no país, mais vidas teriam sido perdidas, mais recursos destruídos."

    Hasina também lamentou a violência que se seguiu à sua saída, mencionando a morte de líderes políticos e a perseguição a trabalhadores. "Meu coração chora ao receber notícias de que muitos líderes foram mortos, trabalhadores estão sendo assediados, e suas casas são alvo de vandalismo e incêndios".

    Antes de buscar refúgio na Índia, Hasina já havia alertado sobre uma suposta estratégia dos EUA para mudar o regime em Bangladesh. Em abril, ela declarou no parlamento que os Estados Unidos estavam tentando eliminar a democracia no país, substituindo o governo por um regime autoritário.

    Fontes próximas à ex-primeira-ministra acusam um diplomata americano, que visitou Daca em maio, de estar por trás da mudança de regime. Eles afirmam que o diplomata pressionou Hasina a tomar medidas contra a China, um aliado importante de Bangladesh.

    As tensões entre Bangladesh e os Estados Unidos se intensificaram nos últimos meses, com Washington criticando o governo de Hasina por questões de direitos humanos e processos eleitorais. Segundo aliados de Hasina, o ex-embaixador americano em Bangladesh, Peter Haas, que encerrou seu mandato em julho, favorecia o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), adversário político de Hasina.

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