Genocídio: Israel já assassinou mais de 45 mil palestinos desde outubro de 2023

247 - O genocídio que Israel promove na Faixa de Gaza já matou pelo menos 45.541 palestinos e deixou 108.338 feridos desde 7 de outubro de 2023, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino nesta segunda-feira (30). O número crescente de vítimas inclui mulheres e crianças, como o recém-nascido Jumaa, de apenas um mês de idade, que sucumbiu à hipotermia em meio à precariedade das condições humanitárias enfrentadas na região.

Conforme relatado pela agência Reuters, a tragédia de Jumaa al-Batran expõe a gravidade da crise. "Ela disse que estava tentando acordar Jumaa, mas ele não estava acordando", relatou Yahya al-Batran sobre a tentativa de sua esposa, Noura, de salvar o filho. A família, como milhares de outras, vive em condições insalubres em acampamentos improvisados, enfrentando frio intenso e chuvas torrenciais.

A situação em Gaza se deteriorou drasticamente desde o início dos ataques israelenses, que têm transformado o território em um campo de escombros. Autoridades locais denunciam que a ajuda humanitária enviada por Israel, incluindo caminhões de alimentos, água e suprimentos médicos, tem sido insuficiente e frequentemente impedida de chegar aos mais necessitados. A agência de ajuda da ONU para os palestinos, UNRWA, reforçou a urgência de um cessar-fogo para evitar a fome generalizada entre os 2,3 milhões de habitantes do enclave.

Crise humanitária agravada pelo clima e pela guerra - O inverno rigoroso aumentou o sofrimento das famílias deslocadas, muitas delas vivendo em tendas danificadas ou destruídas pelas condições climáticas adversas. Os fortes ventos e chuvas têm inundado os acampamentos e deixado centenas de milhares sem abrigo adequado.

Enquanto isso, os combates continuam intensos, principalmente nas regiões devastadas ao redor das cidades de Beit Hanoun, Jabalia e Beit Lahiya, no norte de Gaza. As forças israelenses justificam suas ações como parte de uma campanha contra o Hamas, mas os ataques têm atingido hospitais, escolas e áreas residenciais, violando normas humanitárias internacionais.

Ataques a hospitais e apelo da OMS - O sistema de saúde de Gaza está em colapso, com hospitais sendo alvos de bombardeios e invasões israelenses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu urgentemente o fim dos ataques. "Os hospitais em Gaza se tornaram novamente campos de batalha, e o sistema de saúde está sob grave ameaça", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele destacou o ataque ao hospital Al Wafa, que resultou na morte de sete pessoas, e a detenção de profissionais de saúde, incluindo o diretor do hospital Kamal Adwan.

A OMS também denunciou a detenção de pacientes durante transferências médicas e apelou para que Israel respeite os direitos fundamentais de assistência à saúde.

Apelos por cessar-fogo e negociação estagnada - Enquanto a ONU e organizações internacionais clamam por um cessar-fogo, as negociações mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos têm avançado lentamente. Ambas as partes expressaram esperanças de um acordo antes do final do ano, mas o conflito segue sem solução. A continuidade da guerra agrava a já catastrófica crise humanitária, transformando a Faixa de Gaza em um cenário de devastação e desespero.